O jornalista Carlos Amorim escreveu uma coluna nesta semana contando causos da carreira de Marcelo Rezende, morto em decorrência de um câncer no último dia 16. Amorim trabalhou na Globo, SBT, Manchete, SBT e Record. Ocupou cargos de chefias em quase todos os telejornais globais. Mas foi na redação do jornal O Globo, no Rio, que conheceu Rezende.  O artigo foi publicado no site Notícias da TV, dirigido por Daniel Castro.

continua após a publicidade

Para ele, Marcelo Rezende era “um tanto gordo, até barrigudo. O rosto redondo e os cabelos ralos justificavam o apelido que demos a ele: Tela Cheia. Era um repórter agressivo, de voz rouca, em português rústico. Mas a aparência, um tanto grosseira, escondia um jornalista determinado e consciente do papel social da profissão”.

Amorim conta que, em 1991, quando participou da direção do Rock in Rio II, teve a ideia de abrir a cobertura do festival com uma imagem aérea do Maracanã, onde havia um anel de luzes de neon azul sobre o estádio. A imagem seria mostrando de helicóptero, justamente com o repórter Marcelo Rezende, que diria no ar: “Vai começar o maior show de rock do planeta”. Alguns minutos antes da transmissão, Rezende me informou pelo rádio que havia uma pane hidráulica no helicóptero. Amorim respondeu que só precisava que eles ficassem aí por mais 30 segundos.

E Marcelo acrescentou, num tom dramático: “Nós vamos cair”. Naquela eletricidade de abertura do festival, Amorim disse a ele: “Se cair, caia gravando”. No fim, deu tudo certo na abertura do Rock in Rio II. Mas o helicóptero fez um pouse de emergência no aeroporto Santos Dumont. Vida de repórter é assim.

continua após a publicidade