A série Narcos estreou no último dia 28 de agosto e foi desenvolvida por uma produtora norte-americana exclusivamente para o Netflix, um popular serviço de streaming, ou seja, TV pela internet. Com direção de José Padilha, de Tropa de Elite, a trama gira em torno do traficante colombiano Pablo Escobar, interpretado por Wagner Moura.

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O ator se mudou para Medellín meses antes do início das gravações para aprender espanhol. No entanto, o esforço de Wagner não foi reconhecido na Colômbia. A revista Arcadia considerou a série uma “decepção” por causa da pouca naturalidade do ator ao dialogar em espanhol, apresentando sotaque brasileiro.

Por outro lado, o jornal The New York Times elogiou o trabalho como digno de prêmio. Contudo, em entrevista à Folha de São Paulo, Moura se desculpou por não falar a língua espanhola corretamente. Nem precisava. A interpretação é bem mais importante que sotaque, convenhamos. O que está em jogo ali é a atuação. Nisso, Moura se destaca. O ator precisou engordar 20 quilos para interpretar Escobar, copiou até o jeito que traficante andava.

Existem outros exemplos parecidos. Em novelas brasileiras como Terra Nostra, Esperança e Belíssima, o italiano era a língua principal dos personagens – “italianês”, claro. Também tivemos o inglês em falas e nomes em Fera Ferida, exibida originalmente pela Globo no mesmo ano da morte de Escobar, 1993, mas que agora é reprisada pelo canal Viva. Isso sem falar nas novelas de sotaque nordestino, que também nunca foram perfeitos, como em Pedra Sobre Pedra e Tieta. Enfim, o que vale é a interpretação sempre.

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