A morte de Carlos Chagas

Na última quarta-feira, muitas pessoas noticiaram em suas redes sociais a morte de Carlos Chagas. Teve gente que achava que era uma brincadeira, que se tratava do clínico e pesquisador, falecido em 1934, atuante na saúde pública do Brasil, especialmente no combate à malária. Pouca gente sabia que o Carlos Chagas citado tratava-se do jornalista Chagas, que se tornou popular na televisão como comentarista nos telejornais da extinta TV Manchete. Depois, ainda teve passagens pela RedeTV! e pelo SBT, onde comentava sobre política junto com Denise Campos de Toledo e José Nêumanne.

A morte de Chagas foi confirmada pela filha em uma notícia divulgada no Facebook. Helena Chagas disse que o pai sofreu um mal súbito por volta das 6h desta quarta. Após Silvio Santos tirar todos os comentaristas dos noticiários, Chagas migrou para o CNT, mas foi substituído pela programação evangélica. Desta forma, Chagas anunciou sua despedida da TV, em dezembro de 2016.

O jornalista foi um dos primeiros comentaristas de política e economia da TV brasileira. Era um formato ousado na década de 1980, pois, até então, os telejornais tinham apenas o apresentador, que literalmente lia notícias como se fossem recorte de jornais.  Durante a ditadura, em 1969, foi nomeado secretário de imprensa do presidente Costa e Silva e escreveu 20 reportagens sobre os acontecimentos políticos da época. A série ganhou um Prêmio Esso de Jornalismo e deu origem ao livro 113 Dias de Angústia – ambos foram censuradas pelo regime militar. Chagas tinha 79 anos e também era professor da Universidade de Brasília (UNB).

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