Jô Soares foi entrevistado dois dias por Fábio Porchat nesta semana. Justo. Afinal de contas, Jô é um ícone e pioneiro em talk-shows na TV Brasileira. Na atração, exibida nas noites da Record, ele contou o motivo que o fez trocar a Globo pelo SBT nos anos 1980.
Ele queria apresentar um programa de entrevistas e não havia espaço, nem projeto disso na emissora carioca na época. O curioso é que mesmo com a troca de canal, Jô não comandou o sonhado talk-show de imediato. Ele seguiu com um programa humorístico semanal, o Veja o Gordo – a Globo detinha os direitos do nome original Viva o Gordo. O dia da semana também mudou.
Passou de terça para segunda-feira. E Jô, no SBT, virou o principal concorrente da Globo nas noites de segunda-feira. Para conter a migração no público para o canal de Silvio Santos, foi criada a Tela Quente, uma faixa nobre de filmes inéditos. A Tela Quente segue no ar até hoje. Não tem a mesma força e nem todas as exibições são inéditas, mas a atração foi criada para combater Jô. Um tempo depois, veio o sucesso do talk-show Jô Soares Onze e Meia, no SBT. Consagrado com entrevistador, voltou para a Globo em 2000.
Prestigiado, no Programa do Jô de estreia, o apresentador entrevistou o dono e fundador das Organizações Globo, Roberto Marinho, que raramente dava entrevistas. Na conversa do Programa do Porchat, Jô revelou que não teve o mesmo sucesso ao tentar entrevistar o dono do SBT.
Silvio Santos teria dito que uma cigana o alertou que se caso ele fosse entrevistado por alguém, ele morreria. Jô se diverte até hoje com a história e não pensa em voltar a apresentar talk-show. Para ele, a missão está cumprida com mais de 15 mil entrevistas realizadas.
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