É impressionante a fórmula do sucesso do Viva. O canal de TV fechada da Globosat vem acumulando triunfos consecutivos em algumas faixas de horários, especialmente depois da meia-noite. É quando sãos reprisados sucessos pra lá de distantes, no melhor estilo Vale a Pena Ver de Novo das tardes da Rede Globo.
Seria um fenômeno que poderia ser explicado por si só pela audiência dos mais saudosos, como os frequentadores de pomposas discotecas dos anos 1970, como aquela de Dancing Days (1978), ou pessoas que sentiram na pele os tempos de inflação galopante e corrupção que centralizavam a trama de Vale Tudo (1988).
Mas o sucesso não vem por isso. Uma pesquisa recente mostrou que boa parte da audiência é formada por uma faixa etária que nem tinha nascido quando Roque Santeiro (1985) foi ao pela primeira vez, por exemplo.
Uma das explicações para esse interesse seria a comparação de épocas distantes. No período em que essas novelas se passam, 30, 40 anos atrás, não tinha celular, nem computador e internet. Atores fumavam seus cigarros tranquilamente, até dentro de hospitais nas cenas. Fazer ligações pelo telefone fixo, então, era um tormento. Os personagens sofriam horrores para conseguir uma “linha” nas telenovelas. Quem assiste a uma novela brasileira antiga pode ter dois sentimentos antagônicos: O primeiro é: “Nossa, quanta coisa mudou!”. O segundo é mais preocupante: “Nossa, tá igualzinho até hoje!”.
Alguns sinais de mudanças (para melhor), além dos citados acima, são: a independência financeira feminina, a evolução tecnológica e consistência ambiental. Por outro lado, a desigualdade financeira, corrupção, preconceitos e a falta de oportunidade profissional são problemas que causam aquela terrível impressão de que nada mudou nos últimos 35 anos.
Recomendo, para quem assiste: aprecie o lado divertido. São roupas extravagantes e gírias supimpas que sua mãe e sua vó diziam. Ou que você, leitor, assim como eu, também faz uso diariamente.