Essa história de “juntos e shallow now” da Paula Fernandes e Luan Santana era muito comum em outros tempos na TV brasileira. Porque antes dos anos 2000, principalmente nos anos de 1980, era padrão as emissoras nacionais inventarem especiais musicais com versões de artistas internacionais.
E, nas novelas então, o negócio era mais pesado. Tipo “como uma deusa”, da música O Amor e o Poder, uma versão da cantora Rosana (que tem a voz muito parecida com a de Paula Fernandes, inclusive), sucesso impressionante na novela Mandala (1987) e que embalava o romance proibido de mãe e filho de Édipo (Felipe Camargo) e Jocasta (Vera Fischer).
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A versão de The Power of Love de Rosana fez mais sucesso do que a própria novela de Dias Gomes, que não agradou ao público e nunca foi reprisada pela emissora. O que deu audiência mesmo foi o relacionamento da vida real de Felipe e Vera, além dos inúmeros barracos com envolvimento do casal.
A Globo, Manchete (já extinta) e a Record, principalmente, investiam muito em musicais. Por isso, reuniam tipo Caetano Veloso e Chico Buarque; Simone e Cazuza. Eram os tempos dos duetos. Roberto Carlos tem vários desses, com versões das suas próprias canções com o cantor ou cantora de sucesso da moda.
O amor e poder, com a voz de Rosana, é um campeão de karaokês pelo Brasil. E virou hit de marca maior do trash anos 80 e Rosana nunca mais fez sucesso e ficou nisso. Se tivesse rede social naquele tempo, seria “juntos e shallow now” com certeza.