O Canal Viva reprisa ao mesmo tempo dois clássicos da TV brasileira: Pai Herói (1979) e a A Gata Comeu (1985). Novelas das inesquecíveis Janete Clair e Ivani Ribeiro, respectivamente. Um tempo em que a história de amor era principal ingrediente das tramas.
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Nessa semana resolvi assistir aos capítulos iniciais de ambas. Além da história de mocinho e bandido, é um retrato de uma época. Em Pai Herói (foto à direita), por exemplo, temas como separação ainda eram tabu. A personagem Carina (Elizabeth Savalla) é casada com o truculento César (Carlos Zara). Ela fala em separação e isso era raro quando partia da escolha da mulher.
Em A Gata Comeu (foto à esquerda), o professor Fábio (Nuno Leal Maia) vai parar numa ilha deserta com seu grupo de alunos, depois de que a lancha em que estavam pifa no meio do percurso para Angra dos Reis. Na embarcação estava Jô Pentado (Christiane Torloni). Moça mimada, proprietária da lancha, que se apaixonou pelo professor. No terceiro capítulo, Jô acerta um tapa na cara de Fábio, que logo revida. Outros tempos. Fábio diz que não se arrependeu da atitude, pois alegou que ela havia provocado. Eram cenas bem humoradas, mas que provavelmente não seriam exibidas em uma novela das seis de agora.
Agora também não é comum fumar em cena. Nas duas histórias, em todo momento, alguém acendia um cigarro para iniciar ou esticar uma conversa. Era padrão, normal, fumar diante das crianças ou numa situação tensa. Um rápido levantamento mostrou que 70% dos personagens fumavam nas duas novelas. Era muita fumaça e cenas extensas. Outros tempos. Vale a pena assistir e entender um pouco do Brasil no fim do período militar.
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Para assistir um trecho de A Gata Comeu, clique aqui.
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