Reflexões sobre maternidade

Neste final de semana olhando as redes sociais fiquei impressionada com tantas fotos de mães. Me deu a impressão de um festival de mães loiras, morenas, ruivas, altas, baixas, magras, etc, que abraçadas com seus filhos, desfilavam orgulhosamente aquele sorriso do dia das mães.

Logo abaixo no jornal , eu lia que a norte-americana Anna Jarvis, criadora do Dia das Mães em 1923, declarava 10 anos depois da primeira celebração oficial que não criara o dia das mães para ter lucro. Ela pediu à justiça que a celebração fosse removida, mas sem sucesso faleceu infeliz no dia 24 de novembro de 1948, com 84 anos.

No Brasil, o primeiro Dia das Mães ocorreu no dia 12 de maio de 1918, em Porto Alegre.

No consultório, atendo mulheres que queriam engravidar, as que se submetem a longos e caros tratamentos de fertilização e não conseguem, mulheres que foram pressionadas a engravidar, meninas mulheres que acabaram de menstruar e estão grávidas sem compreender muito a situação, e mulheres que convivem com a dúvida.

Portadoras do orgão que abriga o embrião, muitas destas mulheres se sentem como parte de uma rotina social.

Já ouvi uma paciente dizer que teria outros tantos filhos se tivesse condição econômica e tempo pra isto. Mas já ouvi também que a maternidade fora uma experiência um tanto dolorosa e que, se pudesse, a evitaria.
Lembro que somos antes de tudo seres humanos, suscetíveis a erros, acertos e uma montanha de outras coisas.

Quem sabe estamos vivendo um novo momento onde a gravidez representa não mais um ato natural mas um ato de escolha e por isso de respeito a ela mesma.

Por esta razão, quando ser mãe for um ato de escolha, para a grande maioria de mulheres, e não para cumprir somente a função de reprodução ou social, a maternidade de opção terá mais sentido. Vamos celebar na sequência o Dia dos Pais, aqui incluídos pai e mãe.