Por que temos medo do clitóris?

Um documentário inédito sobre o clitóris, chamado ‘Clitóris, Prazer Proibido”, disponível nas redes sociais, vem chamando atenção para um assunto que nos instiga ao debate. Por que falamos pouco sobre o clitóris ou por que não o compreendemos bem?

Clitóris é o nome que se dá ao órgão sexual feminino alongado e erétil, localizado na parte superior da vulva. Fica acima da uretra, que é o canal por onde eliminamos a urina. Dizem que é similar ao pênis. Entretanto, sua única função é proporcionar prazer às mulheres.

O primeiro anatomista a fazer referência a essa parte do corpo feminino foi Ronaldo Columbus, em 1559, quando o descreveu como a “cidade do amor”. Mas, depois disso, o clitóris caiu no esquecimento, até que em 1884, George Cobald publicou uma série de desenhos que não poderiam mais ser negligenciados pela ciência.

A médica Helen O’Connell, pesquisadora da Universidade de Melbourne e considerada uma das especialistas no assunto, explica que o clitóris é maior do que se pensa e está ligado a todo orgasmo feminino. Ela afirma ainda que não há um “ponto G”. O clitóris chega a medir oito centímetros.

Af irma a doutora O’Connell que ele possui oito mil terminações nervosas, o que o torna o órgão mais sensível do corpo humano. Todos estes receptores nervosos estão concentrados numa pequena área. Já o pênis tem apenas de quatro a seis mil terminações, distribuídas em uma área maior.

É comum, no consultório, muitas mulheres se sentirem constrangidas quando o clitóris é muito grande. Algumas vezes, elas desejam a cirurgia redutora porque entendem que o volume atrapalha nas relações sexuais, impedindo que atinjam o orgasmo. No fundo, a dificuldade não está no tamanho, mas no desconhecimento.

Acho que prazer ligado ao sexo é um mecanismo evolutivo que vai certamente favorecer lá na frente a reprodução porque oferece o orgasmo como uma recompensa ao ato sexual. O fato é que talvez, um dia, finalmente a grande maioria das mulheres veja o clitóris como uma poderosa fonte de prazer. Que tal desfazer os preconceitos e aproveitar na sua plenitude o prazer do sexo, respeitando e explorando o melhor seu corpo?