O piercing é um adorno que pode ser aplicado em várias partes do corpo, inclusive no genital. Em geral, é fabricado em aço cirúrgico, o que tem melhorado a adaptação do objeto ao organismo. Variam em tamanho e forma, o que parece também contribuir positivamente. Existem tipos masculinos e femininos, mas aqui trataremos apenas dos utilizados pelas mulheres.
No entendimento de algumas pessoas, o piercing genital aumenta ou melhora o prazer sexual. Parece atrair mais o público jovem e mesmo que, muitas vezes, a menina ainda nem mesmo tenha iniciado a vida sexual, ela manifesta o desejo e a curiosidade pelo uso.
Tenho observado no consultório que os locais preferenciais dos “aplicadores” são o clitóris, os pequenos lábios e grandes lábios, embora também sejam usados em outras regiões, como períneo e ânus, felizmente mais raramente. Isto porque, em ambos os casos, o piercing dificulta (e muito) a higiene depois da evacuação.
O que também me preocupa, independente de onde o adereço seja colocado no genital, são as complicações que variam desde processos inflamatórios até lesões nervosas. A aplicação, portanto, deve ser feita por alguém habilitado tanto em bom senso como em conhecimento de anatomia.
Não me sinto confortável em aprovar o uso. O genital é uma região úmida, sujeita a traumas pelas roupas apertadas e até mesmo durante a relação sexual, que pode determinar o aparecimento de pequenas fissuras, com risco também de infecção.
Além disso, por estas mesmas razões, a cicatrização costuma ser demorada, levando até 12 semanas, o que implicaria em cuidado contínuo e especializado, demandando gente treinada e altos custos com medicamentos.
Em especial, no que se refere aos objetivos do uso, que seriam melhorar a estética e o desempenho sexual, fico na dúvida. Até agora não houve consenso .
Por isso, antes de aplicar um piercing genital, pense nos prós e nos contras e, se você tem dúvidas sobre este assunto, o melhor mesmo é conversar com seu médico.