Não tenho duvida que o parto cesariana é um recurso técnico valioso para preservar a saúde materna e fetal. Temos observado o crescimento deste parto cirúrgico ao longo dos anos.

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Já ouvi médicos serem responsabilizados. Em geral, dizem que os doutores não estão querendo passar muito tempo do seu dia com um trabalho de parto. Já ouvi também que são as pacientes que têm medo do desconhecido e pedem o procedimento. Hora de refletir…

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de cesariana ideal deve ficar em torno de 15%, já que a cirurgia só deveria ser indicada em casos emergenciais. Esta é a média real correspondente aos partos complicados em que a intervenção cirúrgica é realmente necessária.

De acordo com o Ministério da Saúde, a cesárea aumenta as chances da mãe contrair infecção ou ter hemorragia e quadruplica os riscos do bebê ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O Ministério afirma ainda que os partos que apresentam maiores riscos são as chamadas “cesárias eletivas”, quando simplesmente se agenda uma cirurgia para o nascimento do bebê. Nesses casos, a gestante não chega a entrar em trabalho de parto.

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E o que fazer se a tecnologia nos dá mais possibilidades de escolha segura? E o nosso direito de ter um parto humanizado não inclui o cirúrgico? Somente o vaginal?

Obrigar mulheres a se submeterem a um parto para o qual não estavam programadas ou desejosas pode representar também uma sequela emocional difícil de mensurar. Já vi e ouvi relatos de pacientes que trazem na sua memória momentos de frustração e dor relativos ao que se chama hoje de parto humanizado.

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Portanto, deve ser consideradas as experiências vivenciadas por cada mulher, sua historia de vida, tipo de personalidade, expectativas futuras, saúde durante a gravidez, saúde do bebe etc para a tomada de decisão.

Fato é que temos a tecnologia do nosso lado e esta não é para ser deixada de fora no momento da escolha do nosso parto. Se há segurança nos medicamentos e se as técnicas cirúrgicas estão evoluídas porque não confiar nisto também?

Sem radicalismos, já vi o que era absoluto virar relativo. Não existe o para sempre. Existe o bom senso. Se você tem duvidas, não deixe de conversar com seu medico.