Doenças transmitidas na relação sexual. Nunca é demais falar delas

Muito a favor do preservativo por questões óbvias, outro dia me vi surpreendida por algumas pacientes que expressavam em alto e bom som o que pensam sobre o uso deste método.

“Ora, doutora”, dizia um delas, “ele (referindo-se ao seu companheiro) fez todos os exames e, por isso, me sinto confiante em deixar de usar a camisinha”. Comecei a refletir e agora estendo esta reflexão aqui para todos e todas.

O que se percebe é que houve, especialmente para as mulheres, a eliminação das restrições sexuais devido às mudanças comportamentais da sociedade que começaram com o desenvolvimento dos métodos anticoncepcionais e, por isso, tanto médicos quanto pacientes acabam tendo dificuldade em lidar de forma aberta e franca com essas questões.

As taxas de incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) continuam em altos níveis em todo o mundo, apesar dos avanços de diagnóstico e tratamento.

Me parece importante considerar a disseminação de bactérias resistentes ao uso de antibióticos, o que torna certas doenças cada vez mais difíceis de serem curadas. Mesmo quando as conhecemos.

A lista de doenças conhecidas principais seriam cancro duro (sífilis), cancro mole, candidíase, herpes simples genital, gonorreia, HPV/condiloma acuminado, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, pediculose do púbis, hepatite B, Aids, infecção por clamídia, infecção por trichomonas, infecção por ureaplasma, infecção por trichomonas, por gardenerella e molusco.

E, atenção meninas! Enfrentamos aqui também uma situação que chama “janela imunológica”, que permite que o exame seja negativo mesmo em indivíduo doente ou portador. E agora?

Vejam, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de um milhão de pessoas são infectadas diariamente, e cerca de 60% destas infecções ocorrem em jovens com menos de 25 anos. E o pior: entre 14 a 19 anos, as doenças ocorrem mais em mulheres em uma proporção quase dobrada.

E sem querer assustar muito, algumas destas doenças não têm diagnóstico sorológico, ou seja, não adianta o companheiro, cheio de boas intenções, fazer o que ouço as pacientes chamarem de “todos os exames” porque algumas destas doenças não têm positividade no sangue como HPV, herpes simples, e outros. São doenças graves, não é mesmo?

E para concluir, insisto na medida preventiva, afinal é melhor prevenir que remediar. Se você tem dúvidas, converse com seu médico.