Devemos nos preocupar com Alzheimer?

O filme  “Para Sempre Alice” trouxe para as telas do cinema o drama de uma jovem senhora, interpretada pela atriz  Julianne Moore, a doença de Alzheimer. Esta doença, ainda pouco conhecida fora do meio médico, rouba das pessoas a mente e a dignidade.

Doença  incurável,  se agrava ao longo do tempo, e o pior, não tem cura. Quase todas as suas vítimas são pessoas mais velhas. Por esta razão esses doentes eram chamados de esclerosados ou caducos. Isto soa familiar ? Costumam ter seu comportamento infantilizado ou  até mesmo sofrem maus-tratos pelos mais ignorantes ou despreparados em lidar com a doença.

Atinge de modo severo a memória, a orientação, a linguagem e o comportamento que sem referência do passado se torna um  mergulhado no vazio, além claro da demência causada pela morte de células cerebrais.

Em uma escala global, o impacto financeiro é significativo. Estima se que 604 milhões de dólares por ano já são gastos e que deve subir rapidamente à medida que aumenta a doença nos próximos anos.

Mas um aspecto em especial desta doença debilitante é que ela afeta desproporcionalmente mulheres. No início deste mês, um estudo realizado nos EUA mostrou claramente que as mulheres estão em maior risco para desenvolver a demência. Por isso podemos até pensar que a perda de estrogênio após a menopausa pode levar a déficits no metabolismo do cérebro, que podem consequentemente causar a doença de Alzheimer.

E o que é pior, pela ausência de qualquer tratamento eficiente o impacto financeiro e emocional sobre as mulheres e suas famílias tende a ser mais devastador, considerando que temos previsto um aumento da longevidade da população.
Descrita pela primeira vez pelo médico Alois Alzheimer em 1906, nada até agora eficiente para o tratamento da doença, e com bons resultados, foi descoberto.

Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. Quase dois terços dos americanos com demência – 3,2 milhões – são mulheres. No geral, nos Estados Unidos o sexo feminino têm uma chance em seis de desenvolver a doença, enquanto os homens têm uma chance em 11.

É uma doença realmente devastadora, porque rouba não somente a memória de suas vitimas, rouba também sua independência e sua alegria. Para as famílias e para toda a sociedade, se não há cura ou meio de retardar a progressão, são emocionalmente e financeiramente traumáticos.

Precisamos urgentemente de mais pesquisas sobre como a doença afeta as mulheres, de mais informação e de um novo caminho mais arrojado e inovador, para finalmente enfrentarmos com mais dignidade este adversário ainda tão pouco conhecido.