Acabou o Carnaval, mas o preservativo continua

O uso do preservativo já foi assunto tratado na minha coluna em diversas oportunidades. Mas, desta vez, quero abordar as campanhas de orientação que acontecem de tempos em tempos nos jornais, TV, etc. O motivo, agora, é o Carnaval.
Crítica severa, tenho muitas vezes observado que as campanhas são muito pontuais, isto é, acontecem num período de tempo estabelecido e somem. E tenho bons motivos para questionar o resultado destas campanhas, que julgo serem frágeis e com poucos resultados.

O uso do preservativo é a melhor forma de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, mas, mesmo sabendo disto, a Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP) apontou que 40% da população sexualmente ativa da região Sul não fez uso da camisinha com seus parceiros sexuais em 2013. Esta pesquisa também mostrou que 90% da população sul-brasileira sabe da importância do preservativo.

Mesmo assim, 45% da população sexualmente ativa do país não usou preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses. Chama ainda atenção na pesquisa o fato de ter ocorrido crescimento no número de pessoas que relataram ter tido mais de dez parceiros sexuais, atingindo 44%.

Parece que houve, de alguma forma, um desgaste nas campanhas, que até agora, usaram estratégias mais focadas no uso do preservativo masculino, esquecendo o preservativo feminino. Além disto, talvez o foco na doença, na sua transmissão, prevenção e possibilidade de tratamento torne tudo mais informativo para a população.

A campanha deste ano, entretanto, trouxe, na nossa opinião, este foco. “Partiu Teste” (nome da campanha) trouxe o preservativo combinado com o teste do HIV e o tratamento. Agora, é com cada um de nós continuar dando força pra campanha não ser esquecida como as outras!