Ocorrem várias mudanças quando alguém deixa de morar com outras pessoas e passa a morar sozinho. As mudanças exigem adaptação, um novo ritmo de vida, por exemplo:

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*Precisará assumir algumas responsabilidades da casa que talvez dividisse com quem morava antes – arrumar a casa, fazer o jantar, pagar as contas, resolver problemas como encanamento, acesso a internet, …

*Quando estiver triste ou irritado por causa de um acontecimento do dia, talvez não conseguirá compartilhar suas emoções como fazia quando morava com mais alguém… (mas poderá telefonar para um amigo ou familiar caso esteja muito incomodada com a situação).

Nesses casos a pessoa pode se sentir sozinha, sem o amparo e ajuda que talvez ela tivesse antes (quando morava com alguém). Então naturalmente ela poderá se sentir “só” nessa “vida de morar sozinha”.

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A forma que vai encarar essa nova fase vai depender dos motivos que a levaram morar sozinha. Por exemplo, passou a morar sozinha porque:

*Recentemente se divorciou

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*Foi fazer faculdade em outra cidade

*Já estava amadurecendo a ideia de morar sozinha e decidiu que isso seria o melhor nesse momento.

Existe diferença entre quem decidiu morar sozinho por vontade própria e quem não tinha interesse em morar sozinho, mas por algum motivo, teve que aceitar essa condição. Também tem que levar em conta o estado emocional da pessoa e a sua personalidade (influenciado pela sua história de vida, autoestima e autoconhecimento).

É fundamental diferenciar se o “problema” é morar sozinho ou se o conflito é outro. Por exemplo, às vezes a pessoa já estava mais frágil e insegura emocionalmente, e quando passou a morar sozinha, essas questões emocionais pioraram. É sinal de alerta quando sente solidão, com pensamentos negativos e emoções como tristeza, ansiedade, desânimo…isso pode ser sinal de depressão. A causa desses sintomas não é porque ela mora sozinha.

Alguns podem ter dificuldade em morar sozinhos porque tem:

*Resistência em ficar “consigo mesmo”, lidar com a própria “solidão” e carência.

*Medo de encarar a vida “sozinha”, fazer suas próprias escolhas, assumir compromissos, organizar a própria vida e lidar com as frustrações ou conflitos emocionais.

Normalmente os que têm baixa autoestima, insegurança, sensação de ser rejeitado são aqueles que têm mais dificuldade em se adaptar e aceitar uma nova realidade e nova rotina de morar sozinhos. Muitas vezes a pessoa acredita que só estará segura com alguém ao seu lado. Costuma não se sentir capaz de “dar conta de si mesma”.

A resposta para a causa da solidão está “dentro” da pessoa. É preciso entrar em contato com o próprio “eu” para descobrir quais os passos que devem ser dados.

É interessante refletir:

*Como me sinto quando fico em casa? Tenho prazer em estar dentro de casa, realizo atividades prazerosas?

*Tenho dificuldade de ficar comigo mesmo? Surgem pensamentos negativos quando estou em casa? Sinto insegurança, medos, sensação de ser rejeitado ou “não ser amado” quando estou sozinho?

Morar sozinho não precisa ser ruim, pelo contrário, pode abrir possibilidades para reavaliar a forma como conduz a própria vida, percebendo a importância de se relacionar e conviver bem consigo. Quem se permite ficar sozinho em alguns momentos, pode aproveitar a oportunidade para escutar os próprios sentimentos, amadurecer e colocar os pensamentos em ordem, aumentando o autoconhecimento, acolhendo e curtindo a própria companhia. Oportunidade para se “construir” novamente, reafirmar sua personalidade, refletir sobre “quem eu sou” e aquilo que “eu quero”. Ter momentos “só” pode ser muito positivo e saudável.

Caso a pessoa comece a apresentar sintomas como desânimo, sentimento de rejeição, insegurança e baixa autoestima, é indicado o acompanhamento com o psicólogo.

Dicas:

*Faça atividades prazerosas e curta a sua casa. Tenha momentos de lazer e prazer dentro de casa: leia um bom livro ou assista um filme; escute uma boa música (e dance se quiser se animar); prepare a mesa e faça uma comida gostosa para si; tente atividades manuais (tricô, pintura, …); escreva, medite ou reflita sobre suas conquistas. Busque fontes de prazer de forma saudável, ética e plena.

*É importante tornar a casa um ambiente agradável, gostoso de se morar – decore e mantenha uma organização para deixar a casa aconchegante.

*Caso tenha dificuldade de ficar consigo mesmo, ou costuma ser muito autocrítico, tente entender o porque isso acontece. Tente se aceitar e encare as suas feridas emocionais. Em seguida se valorize, reconhecendo o seu potencial e suas habilidades.

*Em algumas ocasiões convide seus amigos para ir a sua casa e perceba como ela pode ser acolhedora.

*Animal de estimação pode ser grande companheiro e aliado no bem estar emocional, mas é preciso se dedicar ao “pequeno”, o que exige responsabilidade (pense se você quer e pode assumir esse compromisso). E é claro, a interação que a pessoa terá com o animal dependerá se ela se sente confortável na presença do “bichinho”.

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