A pessoa fica traumatizada quando não consegue suportar determinado acontecimento da sua vida. Isso quer dizer que na época que viveu o trauma ela não tinha recursos psicológicos ou estrutura emocional para enfrentar e superar a situação.Tem vários fatores que influenciam para um evento se tornar traumático. Nem todas as situações estressantes geram um trauma psicológico, cada pessoa vai lidar de forma diferente, tudo vai depender de:

continua após a publicidade

*A personalidade da pessoa e o estresse que ela viveu (por exemplo: perdas, separações, violência física ou verbal, abuso sexual, bullying, entre outros)

*Idade que a pessoa tinha quando sofreu a situação (quanto mais jovem, menos recursos e ferramentas ela terá para lidar com o estresse)

*Tempo / frequência que sofreu o trauma (uma única vez ou várias vezes)

*A forma que ela se relacionava com a sua família, que foi educada por eles. O jeito que ela aprendeu a lidar com as suas emoções e a enfrentar as suas dificuldades.

*Tinha ou não rede de apoio como, por exemplo, familiares e amigos (alguém que a protegesse ou passasse segurança depois do acontecimento)?

*Fez ou não tratamento com o psicólogo logo após a situação?

Quando traumatizada, a pessoa entra num “estado mental” que a paralisa, que a prende ao evento traumático. Ela costuma se lembrar com certa frequência do que aconteceu, tendo pesadelos, sentindo medo e impotência. Pensa que voltará (ou continuará) a sofrer, e que acontecerão outras coisas ruins na sua vida. O trauma atingi a sua autoconfiança, gerando inseguranças. Essa instabilidade emocional pode levar a pessoa ter dificuldade de dizer “não” para aquilo que a assusta, machuca ou a deixa triste.

Por causa das suas feridas emocionais, a pessoa pode perder o gosto pela vida, distanciando-se de quem realmente “é”, perdendo o seu “brilho” e a sua motivação, deixando de lado os seus desejos e projetos. A sua “força” diminui, e a pessoa passa a ter mais dificuldade para enfrentar e superar os futuros desafios e estresses que fazem parte da vida (perdas, frustrações, conflitos no relacionamento, …). Assim, os problemas começam a acumular, virando uma “bola de neve”, a pessoa fica perdida, sufocada porque não consegue distinguir onde começa ou termina cada conflito emocional. Os seus pensamentos e sentimentos ficam cada vez mais confusos e negativos.

Ela perde o contato consigo mesma, e passa a não entender o porquê de algumas das suas escolhas e comportamentos. Em determinadas situações é movida pelos seus traumas, pelos seus conflitos internos e medos. A sua capacidade de avaliar e agir de forma mais consciente no seu dia a dia costuma ficar comprometida. Assim, ela pode acabar seguindo caminhos perigosos e destrutivos quando não reconhece as suas emoções e não consegue superar os seus traumas. Ela pode acabar se relacionando e se envolvendo com pessoas que são agressivas e negativas.

Superar o trauma exige da pessoa, é um processo. O tempo que vai levar para cicatrizar a ferida que o trauma causou vai depender de vários fatores (alguns citados acima).

Dicas para superar o trauma:

*Não fuja dos seus problemas. Comece a encarar aos poucos os seus traumas, libertando-se deles um de cada vez, dando o seu tempo para cicatrizar e superar cada ferida emocional.

*Com apoio psicológico, desenvolvendo ferramentas e se sentindo mais segura, a pessoa pode voltar à situação traumáticade forma simbólica, enfrentando e resignificando o trauma (por exemplo: sofreu violência física quando criança. A pessoa cria na mente o cenário que ela sofreu, imaginando-se agora adulta, mais forte, dizendo “não” e dando um basta para interromper a violência. No final, a pessoa pode se visualizar mentalmente mais forte e mais segura da sua capacidade de se defender e de viver uma nova etapa da sua vida). OBS: não é indicado para pessoas com quadros de surto psicótico.

Comece a focar naquilo que vive e viveu de positivo na sua vida, reconheça o lado “bom” da sua história.

*Selecione bem as pessoas que você vai se relacionar. Evite e se afaste das pessoas tóxicas e agressivas. Estabeleça limites e exija respeito daqueles que convivem com você.

*Reencontre a si mesmo, experimente e busque aquilo que te traga motivação e prazer de forma saudável (atividade física, hobbys, passeios, …), estimule a sua criatividade e se trate com amor, seja o seu próprio amigo.

Quando a pessoa não consegue superar o trauma, é indicado o acompanhamento com o psicólogo.

http://www.michelliduje.com.br/

continua após a publicidade