É muito frequente as pessoas obesas se enganarem, omitirem ou mentirem para os profissionais e para elas mesmas sobre o quanto e o que comem, também sobre fazerem ou não atividades físicas. Às vezes se alimentam depressa e às escondidas, com episódios compulsivos.
Existe uma profunda decepção consigo mesmo por não conseguir se controlar na alimentação e pelas tentativas frustradas de emagrecer, gerando sentimentos de incapacidade.
É essencial a ajuda da família e dos que convivem com a pessoa obesa. É muito importante eles participarem e estimularem os hábitos alimentares e comportamentos saudáveis.
A cirurgia pode ser vista como uma ferramenta para ajudar a controlar a obesidade, mas não como a solução para os problemas, e muito menos como a garantia de que a pessoa não voltará a engordar. Ela precisará fazer a parte dela para obter o sucesso na sua cirurgia bariátrica. Se não tiver o próprio esforço, ela poderá voltar a ganhar peso excessivo (mesmo depois da cirurgia) e colocar todo o procedimento cirúrgico por água abaixo.
Depois da cirurgia, muitas pessoas ficam mais dispostas, melhoram a autoestima, sentem o corpo “leve”, melhoram algumas complicações de saúde. Mas existem muitos riscos na cirurgia. Eu enfatizo aqui as complicações psicológicas pós-cirurgia: desenvolver outras compulsões (comprar, beber, jogar), voltar aos hábitos de comer excessivamente, desenvolver transtornos emocionais, conflitos pessoais e profissional.
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Quem passa pela cirurgia bariátrica pode se abalar profundamente quando percebe que a solução da sua vida não estava em emagrecer, que terá que encarar todo o “resto”, aquilo que ela não “olhava”, que era “encoberto” pela obesidade. Muitos acreditam que o culpado é o peso (excesso de gordura), é por causa dele que não consegue se aceitar, atingir metas, namorar, ser feliz e na verdade, quando emagrecem, percebem que não é bem assim. O magro também sofre e perde. Essa desilusão pode interferir na motivação e comprometimento em relação à alimentação saudável e atividade física.
A pessoa pode sabotar todo o processo comendo alimentos altamente calóricos em pequenos intervalos.
Por toda essa questão, é fundamental o acompanhamento com o psicólogo. Ele ajuda o paciente:
- Autoconhecimento
- Participar e se comprometer com o processo de emagrecimento
- Técnicas de autocontrole
- Desenvolver estratégias para lidar e enfrentar a sensação de “vazio” e insatisfação
- Se reorganizar e se adaptar ao novo estilo de vida e à realidade
- Motivação e manutenção da atividade física
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