Nem sempre é fácil lidar com as dificuldades da vida, alguns tentam fugir dos problemas bebendo, fazendo compras, jogando… E tem aqueles que querem se anestesiar de suas decepções, frustrações e dores emocionais COMENDO. A pessoa tem a ilusão que o alimento diminuirá o seu sofrimento, trará alívio ou prazer em sua vida (mesmo que momentâneo). A comida passa a ser vista como, por exemplo:
*Um calmante, uma forma de lidar com os medos e conflitos.
*Algo que pode preencher as carências emocionais, lidar com a sensação de solidão e rejeição.
*Aquilo que gera prazer e alegria.
A comida alimenta somente o corpo, mas a pessoa tenta usar a comida para alimentar as suas emoções, o seu estado de espírito, a sua paz, felicidade ou amor. Os alimentos doces ou salgados não preenchem o vazio emocional e nem trazem satisfação para a vida, pelo contrário, ao comer uma quantidade maior do que deveria, a pessoa se sente mais ansiosa, culpada ou fracassada por não resistir a “tentação” de comer.
Existe uma grande diferença entre:
1- a comida ser o grande prazer na vida
2- e a pessoa ter momentos prazerosos nos horários das refeições (sem exagerar na quantidade).
A pessoa que tem uma relação saudável com o alimento, almoça, faz lanches nos horários “certos” e na quantidade adequada, saboreando e comendo de forma consciente, com controle, escolhendo os alimentos de forma sábia. O motivo que a pessoa se alimenta é porque o seu corpo está precisando de “combustível”, não porque ela está frustrada, chateada, triste, ansiosa, cansada, insatisfeita com a vida, carente….
Quem se descontrola com a comida precisa refletir:
*Qual é o significado da comida em minha vida?
*O que está faltando na minha vida que estou querendo preencher com a comida?
*O que realmente estou ganhando quando eu como? O que isso trará de bom para mim?
*O que eu posso ganhar ao dizer “não” para aquele doce ou salgado? Qual a vantagem em eu não repetir o prato no almoço, jantar ou numa festa?
É importante nutrir o corpo, mas também é necessário a pessoa nutrir os seus objetivos, interesses, relacionamentos saudáveis, vontade de viver. É fundamental a pessoa se aceitar e buscar ter maior autoconhecimento. Assim, ela saberá lidar melhor com os seus problemas do dia a dia, podendo encarar e focar nas soluções, evitando descontar os seus problemas na comida.
Dicas para não “descontar a ansiedade” na comida:
*Veja a beleza em si mesmo (as suas qualidades, as suas habilidades, conhecimento, os pontos positivos da sua personalidade). Busque ver aquilo que você pode gostar em si (tanto esteticamente quanto emocionalmente), não seja seu inimigo apontando defeitos e dizendo coisas negativas a todo momento.
*Seja seu amigo! Relaxe e não deixe a ansiedade tomar conta dos seus pensamentos. Não diga coisas negativas e depreciativas a si mesmo. Fale coisas que te ajudarão a lidar com os problemas, melhorar como pessoa. Diga coisas que irão te motivar a conquistar aquilo que deseja de forma ética e saudável.
*Busque atividades verdadeiramente prazerosas, saudáveis e que recarregue a sua vida de entusiasmo e energias positivas. Tente passear mais, fazendo atividade ao ar livre, trabalhando o seu lado criativo. Relacione-se com pessoas que te querem bem e te fazem bem.
Muitas vezes a falta de companhia, de prazer ou de desabafar sobre os problemas leva a pessoa a querer se anestesiar através da comida. É importante o acompanhamento com o psicólogo e com o nutricionista quando a pessoa perde o controle sobre sua alimentação.