Jessica “Bate-Estaca” Andrade é a brasileira melhor ranqueada no peso-palha do UFC. São 13 lutas pela maior organização de MMA do mundo. Apenas três derrotas. São três bônus por Performance ou Luta da Noite. Uma disputa de cinturão. Com todo esse currículo, muita gente pode imaginar que a paranaense de Umuarama está “bem de vida”.
Entretanto, recentemente, a lutadora de 26 anos deu declarações fortes. Única representante do Brasil no UFC 228 deste sábado (8), a partir das 19h30 (horário de Brasília), em Dallas, nos Estados Unidos, Jessica revelou que tem vendido roupas e bolos para poder pagar as contas de casa.
“Às vezes, assamos um bolo e vendemos. É triste que tenhamos que vender nosso equipamento de treinamento também. São coisas que entramos em lutas e que são boas lembranças do que tínhamos lá”, disse a paranaense, em coletiva de imprensa antes do embarque para o seu próximo compromisso.
A atleta fez questão também de cutucar os poderes e a falta de apoio no MMA. “Acho que seria ótimo se tivéssemos um incentivo maior do governo e da cidade nos esportes. Não só na luta, mas falta muito para todos os esportes. Mesmo que seja só com 500 reais. Esse dinheiro faz uma diferença enorme até o final do mês”, lamentou a Bate-Estaca.
As dificuldades financeiras pesam bastante para os lutadores que têm poucas oportunidades. Neste ano, Jessica lutou apenas uma vez – ela venceu Tecia Torres, em fevereiro, na decisão unânime dos árbitros. Agora, ela terá a polonesa Karolina Kowalkiewicz pela frente. Uma vitória pode lhe render frutos financeiros e também dentro da organização, como uma nova chance pelo cinturão.
“Vou dar o meu melhor lá dentro. Trazer essa vitória. Quem sabe em dezembro a gente consiga essa disputa pelo título”, concluiu a Bate-Estaca. Só o tempo dirá.