O ano era 2013. Na época, os chefões do principal evento de MMA do mundo relutavam em coloca-las dentro do octógono. Elas eram destaque na organização apenas como ring girls. Desde fevereiro daquele ano, porém, a história mudou completamente. Hoje, os ‘cabeças’ do UFC se rendem às mulheres.
Com duas categorias na organização, a tendência é que a mulherada ganhe cada vez mais espaço no Ultimate, graças a uma curitibana. Cristiane Justino, a Cris Cyborg, é a principal estrela do UFC Brasília, que acontece no próximo sábado, no Ginásio Nilson Nelson. Ela enfrenta a sueca Lina Lansberg em nova luta por peso-combinado. Isso porque a curitibana ainda não possui a sua categoria no maior evento de MMA do planeta.
“A Cris conseguiu entrar no UFC por conta da admiração mundial, chegou um ponto que eles tiveram que fazer isso e acredito na possibilidade da abertura da sua categoria. O mais importante é que eles viram que ela é um sucesso, forte como lutadora, mas um sucesso também na questão de público. Se não for criada a categoria, a possibilidade será sempre dos desafios casados”, disse Rudimar Fedrigo, líder da academia Chute Boxe, equipe de Cris.
Diferenciada
O sucesso com o público não é só pela simpatia, a curitibana mostrou uma técnica apurada desde o seu início de carreira. “Conheci a Cris por meio de uma indicação de um faixa-preta meu, que a conhecia por conta do handebol. Os amadores ficavam no andar de baixo da academia e em cima ficavam os profissionais. Ela ficava p… da cara de ficar no andar de baixo. Ela só queria treinar com os cascas-grossas”, ressaltou Rudimar.
O líder da Chute Boxe comemora o atual momento do MMA feminino, principalmente, por incentivar ainda mais às mulheres a entrarem nas academias. “Eu vejo o crescimento do MMA feminino de uma forma muito positiva, têm lutas com verdadeiro show de técnica e as mulheres estão de parabéns. Muitas mulheres estão entrando nas academias e muitas estão se profissionalizando. Eu fico feliz que a Cris seja um modelo para várias mulheres”, ressaltou.
Quem também se destaca pelo trabalho com o MMA feminino é Gilliard Paraná, líder da PRVT. Atualmente, ele comanda dez lutadoras profissionais, entre elas, a revelação Jessica “Bate-Estaca” Andrade, que tem feito bonito no UFC.
“É muito bom ver essa evolução do MMA feminino. Descobrimos a Jessica em Umuarama em um evento de ‘caça-talentos’ e vimos um potencial enorme nela”, frisou Paraná. Além das duas representantes paranaenses, o Brasil ainda conta com Amanda Nunes, campeão peso-galo, e outras grandes atletas como Claudia Gadelha e Bethe Correia no Ultimate.