Pra quem era destaque no futsal e chegou a trabalhar como motorista de caminhão, Jessica Andrade mal sabia que um dia estaria brilhando na maior organização de MMA do mundo. A paranaense de Umuarama já tinha feito história ao ser a primeira brasileira a estrear no UFC. Agora, a Bate-Estaca está ainda mais próxima de ser campeã mundial.
Neste sábado, a atleta da PRVT enfrenta a americana Tecia Torres, pelo UFC Orlando, em um duelo que vale vaga na “final do campeonato”. A tendência é que quem sair com o braço levantado no sábado possa ter uma chance de disputar o cinturão peso-palha, que atualmente pertence à americana Rose Namajunas. Jessica garante o foco no próximo compromisso, mas não tira o olho do seu grande objetivo.
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“Prefiro focar bem na minha luta contra a Tecia nesse momento e fazer uma grande performance, claro que sempre pensando no cinturão sim, creio que depois desta luta o UFC me dê novamente a chance de disputar o cinturão”, disse a Bate-Estaca, em entrevista ao Direto do Octógono, da Tribuna do Paraná. Para isso, a paranaense não terá moleza.
Tecia Torres, 28 anos, também tem experiência no MMA. Em dez lutas disputadas, a americana só perdeu uma vez. Justamente para a atual campeã, Rose Namajunas, em um confronto que terminou na decisão dos árbitros laterais. De resto, a “Tiny Tornado”, ou “Pequeno Tornado”, venceu nove combates. “A Tecia é uma grande lutadora, vem de três vitórias consecutivas, está em ascensão na categoria, vem crescendo muito, é realmente um prazer lutar com ela. Vejo que é uma lutadora completa e será uma grande luta. Creio que na trocação eu leve um pouco mais de vantagem pela minha força e envergadura, mas o show será garantido”, frisou a brasileira.
Exército de guerreiras
Jessica Andrade, 26 anos, faz parte de uma equipe tradicional quando o assunto é MMA feminino. A PRVT, liderada pelo Mestre Paraná, possui um arsenal de mulheres que tem feito bonito no esporte. Recentemente, uma das parceiras da Bate-Estaca, a carioca Priscila Pedrita estreou no UFC e teve, logo de cara, um embate contra a ex-desafiante ao cinturão Valentina Shevchenko.
“Como vou analisar uma luta em que a lutadora sofre uma lesão no joelho aos 34 segundos, onde é o nosso ponto de apoio principal? Foi muito difícil, Priscila sofreu muitas críticas, mas sem o joelho não existe luta, eu admiro muito a força e a raça que ela teve para resistir até o final, porque muitos na situação dela pediriam para parar, ela vai se recuperar e voltar muito melhor para fazer a verdadeira estreia dela”, ressaltou a paranaense.
O Paraná, aliás, possui um exército particular de grandes mulheres no MMA, casos das curitibanas Cris Cyborg, campeã peso-pena no UFC, Ariane Lipski, detentora do cinturão do KSW, e Jennifer Maia, campeã no Invicta FC. A última, recentemente, assinou contrato com o Ultimate e deverá estrear pela organização nos próximos meses.
“Fico feliz em saber que minhas conterrâneas estão despontando no mundo do MMA, e melhor as mulheres em geral estão em evidência, isso mostra a força da mulher brasileira”, finalizou Jessica.