O comportamento humano é algo fascinante!

Os estudiosos tem apontado que o comportamento humano está no cérebro das pessoas e que para mudarmos um determinado padrão de comportamento precisamos mudar padrões de pensamento. Inúmeras variáveis estão envolvidas nessa questão e dois pontos merecem ser destacados: cultura das pessoas e cultura do ambiente (ou do meio) onde as pessoas estão inseridas.

Semana passada estive em São Paulo e vivenciei cenas muito interessantes que ilustram a questão do comportamento humano. Conversei com um taxista, com elevado grau de asma, mas com uma visão positiva da vida. Perguntei como ele lida com o estresse diário daquele transito caótico. Ele respondeu o mesmo que outros já haviam falado: cria uma certa “blindagem” contra o que vem de fora, de modo que sejam menos afetados pela sobrecarga emocional vinda do ambiente. Aqui parece um fator importante da questão cultura das pessoas.

De repente paramos numa faixa de pedestres, em frente a uma movimentada escola (eram 13h30 de uma quarta-feira) e em cada lado da rua avistamos duas “guardas de trânsito” caracterizadas de “palhacinhas” – muito simpáticas e que dramatizavam a orientação de Pare ou Siga, conforme o fluxo de alunos que precisavam atravessar aquela rua.

Nosso ilustre motoboy se aproxima da faixa e para ao lado do táxi, em frente a faixa, com a viseira do seu capacete aberta. Imediatamente a “guardinha” faz uma cara de espanto e aponta para a viseira aberta! Rapidamente ela muda sua expressão para algo muito meigo e carinhoso e solicita que o motoboy abaixe a viseira e “cumpra a lei”. Ele resiste e tenta disfarçar, mas a simpatia assume agora um papel mais enérgico, colocando o motoboy numa situação levemente constrangedora, quando ela abre os braços e “diz” com seus gestos: “você não vai fazer o que é certo? Estamos todos te olhando e esperando esse seu comportamento!”

Adivinhe o que houve? O motoboy abaixou a viseira, visivelmente constrangido com a situação. Aqui talvez seja oportuno pensar um pouco na cultura do meio onde as pessoas estão inseridas, em que pese o fato de o motoboy ter virado a esquina e levantado a viseira. Aqui talvez seja oportuno falar de educação, caráter e ética – fazer o certo quando “ninguém” está olhando.

Ao desembarcar, adentrar ao hotel e passar pela portaria, tive a felicidade de ser atendido pelo Seu Conrado, que definiu o placar desse “jogo”: 2 X 1 para os bem educados. Esse imigrante chileno, deu uma aula de cordialidade: preencheu minha ficam com uma Remington e me saudou: “Seja bem-vindo, professor”. Gostaria de saber mais sobre o que você está pensando sobre tudo isso que acabou de ler.