A alimentação e a nutrição são biologicamente essenciais para a manutenção da vida por meio do fornecimento de energia e nutrientes. Contudo, o ato de alimentar-se não pode ser definido unicamente como biológico, visto que possui significados simbólicos, sofre influências ambientais, de diferentes setores do governo, das políticas e programas de saúde pública e de acesso aos alimentos, da agricultura, da mídia, da indústria, do padrão de consumo, ou de consumismo, bem como, segue normas culturais e de valores do grupo ao qual o indivíduo pertence, que auxiliam na formação de hábitos alimentares. Assim, a alimentação e a nutrição são consideradas determinantes sociais de saúde de grande importância.

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No Brasil, vem ocorrendo o aumento do número de idosos na população, a prevalência de excesso de peso cresce de forma alarmante em todas as faixas etárias e o padrão alimentar não segue mais o mesmo modelo do início do século passado, caracterizando-se como momento de transição em saúde. O envelhecimento associado aos hábitos de vida inadequados e ao sobrepeso e obesidade são fatores que podem desencadear doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, câncer, doenças cardiovasculares, problemas relevantes de saúde pública atuais e as principais causas de mortalidade no mundo.

A mídia adquire papel importante na definição e manutenção das escolhas alimentares e pode agir tanto em benefício como para prejudicar a saúde. Por acreditar que a comunicação escrita é um veículo valioso na educação e orientação nutricionais e exerce influência na definição dos padrões de alimentação, a ideia nessa coluna semanal é esclarecer questões sobre temas atuais referentes à alimentação e nutrição que possam levar a hábitos de vida mais saudáveis por meio de recomendações para a população em geral. Além disso, a partir dos assuntos abordados nas próximas semanas, o objetivo é desmistificar conceitos, quebrar paradigmas e tabus sobre alimentos e nutrientes, bem como, direcionar para a procura de profissionais de saúde que possam auxiliar no cuidado de especificidades de saúde e de doenças.

Principalmente, o objetivo é fortalecer a ideia de que a ingestão de alimentação convencional, saudável e equilibrada fornece mais do que nutrientes isolados. Os alimentos e as substâncias que os compõem interagem entre si e com os sistemas biológicos e trazem consigo significados simbólicos individuais construídos com base na tradição de determinado grupo social.

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