A origem do Jiu-Jitsu não é totalmente clara, apesar dos esforços de inúmeros historiadores que apontam como provável nascimento entre os monges budistas da Índia, um grupo contrário à violência que poderia através dessa técnica neutralizar o adversário sem necessariamente realizar atos de agressão. Também foram encontrados registros do uso de técnicas similares na Grécia, China, Roma e até mesmo na América Nativa (anterior à chegada dos europeus).

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O Jiu-Jitsu é uma maneira natural de combate, que teve suas manifestações em diversas culturas em momentos históricos distintos, no intuito de garantir a sobrevivência. Como arte marcial, além das técnicas e estratégias de combate, é fundamentada através de um código moral e filosófico entre os praticantes.

Durante o período do Japão feudal, o Jiu-Jitsu era praticado entre os Samurais, que apesar de praticarem técnicas em pé, verificaram que o ataque contra inimigos dotados de armadura não era totalmente eficiente. Desta forma as imobilizações, quedas, chaves em articulações se mostraram eficiente em combates. Entretanto, com fim do período feudal no século 19, as artes marciais de combate passaram a ser ilegais e combatidas pelo governo.

Em 1882, Jigoro Kano, membro no Ministério da Cultura Japonês, resgatou o Jiu-Jitsu como ferramenta educacional. Passou a enfatizar as técnicas menos perigosas, privilegiando as quedas e criando o que conhecemos hoje como Judô. Essa iniciativa resgatou a filosofia de artes marciais japonesa, mas distanciou-se da essência milenar do jiu-Jitsu.

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Mitsuyu Maeda, um dos melhores alunos de Kano, que teve seu aprendizado nas origens do Jiu-Jitsu tradicional, desembarcou em Belém do Pará em 1914. Após algumas apresentações, surgiu o interesse do jovem Carlos Gracie em praticar a eficiente arte marcial.

Carlos Gracie mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a ensinar seus irmãos Oswaldo, Gastão, George e Hélio, criando um espírito e filosofia familiar. Em seguida passaram a administrar academias e levar a arte marcial para outras regiões.

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Hélio Gracie era o mais franzino dos irmãos. A estrutura física lhe dificultava a execução de algumas técnicas, tornando necessárias algumas adaptações e refinamento ao método tradicional, com ênfase na velocidade e não força, executando os movimentos no momento mais adequado, fazendo uso de alavancas. Assim nasce o Jiu-Jitsu Gracie.

O Jiu-Jitsu brasileiro passou a ser destaque mundial após os eventos de “Vale Tudo”, competições entre praticantes de diversas artes marciais onde a técnica desenvolvida pela família Gracie demonstrou ser extremamente eficiente contra adversários maiores e mais fortes.

A filosofia Gracie aproximou-se da nutrição, estabelecendo conceitos voltados para uma alimentação saudável e melhoria da qualidade de vida, muito difundida entre os praticantes da modalidade.

Apesar da minha formação no Karatê e Taekwondo, sempre tive interesse em conhecer um pouco melhor o Jiu-Jitsu. Passei a frequentar a academia Gracie Barra, em Guarapuava.  Encontrei um ambiente acolhedor, com muito respeito, baseado em uma metodologia pedagógica eficiente e ministrada de forma brilhante pelo professor Diego Moraes.  Não tenho interesse em competir, mas sou apaixonado pelas artes marciais e encontrei nesse espaço o local apropriado para melhorar minha qualidade vida praticando uma atividade com segurança.

A academia não se restringe apenas em atividades no solo. Estou aproveitando para treinar Muay Thai com o excelente mestre André Rodrigues, ampliando meus conhecimentos em lutas em pé.

Como já destacamos em outras colunas, alguns indivíduos sentem prazer em praticar musculação, dança, ciclismo, corrida, etc. É importante procurar a atividade que mais lhe proporcione bem estar para manter-se sempre ativo e com bom condicionamento físico.

As artes marciais são ótimas opções, fica a dica para os leitores.

Por Marcelo Algauer de Almeida, formado em Educação Física, pós-graduado em Fisiologia do Exercício. Professor universitário, preparador físico e faixa preta de Taekwondo.

malgauer@gmail.com