Escola e família, uma parceria em favor da sociedade

Hoje quero citar o Educador Marcelo Cunha Bueno, que em sua palestra na escola em que minha filha estuda afirmou que a Educação é mais efetiva quando realizada “em bando”. Ou seja: na prática em grupo o resultado é muito melhor. Na sociedade atual, segundo ele, precisamos inclusive ensinar as pessoas a viverem em bando (numa linguagem mais conhecida seria equivalente a dizer vivermos em sociedade!).

Trazendo esse pensamento para a idade pré-escolar e primeiros anos da educação básica, uma das primeiras coisas a se fazer é tirar o peso das expectativas e cobranças de cima dos filhos. Escola é e deve ser um espaço de troca e de comunicação entre as famílias e as outras pessoas! O que vale de fato é o presente e essa encantadora relação do aqui e agora. Na prática dos nossos filhos é o famoso “as coisinhas que acontecem hoje na vida deles”.

Família é o ninho e sociedade, é o coletivo. Estamos habituados a ouvir que as atividades da escola refletem e falam à sociedade qual é sua visão de mundo e o que considera importante. Educação portanto é a relação entre o ninho e o coletivo. Educadores são costureiros dessas duas partes. Isso sim é a relação educacional.

Nesse mundo moderno, da pressão por resultados no trabalho, do crescimento na carreira profissional e da falta de tempo, pai e mãe precisam ser mais autores e não se culpar pelo que não fazem com seus filhos. Precisam parar de se culpar pelo menor tempo disponível que acabam tendo. Especialistas no tema afirmam que culpa é o que mais atrapalha a educação. Mais vale qualidade do que quantidade. É preciso estar de corpo e alma! De verdade com os filhos e não de mentira (quem de nós aqui já brincou com o filho enquanto aproveitava para checar os e-mails ou as redes sociais? Creio que todos já fizemos isso).

Vamos cuidar com o tempo cronológico, que é aquele que determina horário da aula, do trabalho, do brincar, do sorrir, do aquietar, tudo muito rígido. Vamos zelar e valorizar a oportunidade, a intensidade e a experiência, se permitindo saborear isso mais devagar, demorando-se nos detalhes, suspendendo o automatismo da ação. Aprender a lentidão, ter paciência, dar-se tempo e mais espaço!

Bueno nos convida a pensar no que é importante ensinar para as nossas crianças, futuros cidadãos desse mundo moderno: ensinar a perguntar; mostrar cuidado ético com a estética; olhar para as singularidades da vida (não precisa ser o melhor, mas seja único sendo você mesmo); ter autoria de trabalho; cultivar a generosidade (no gesto, na conversa, na escolha das intervenções); estudar, refletir, estar aberto as mudanças; começar de novo; de novo; outra vez, fazer diferente. Enfim, ensinar a fazer boas costuras cognitivas. E viva a vida!