A Páscoa foi celebrada há pouco tempo, mas passeios nos supermercados levam a reflexões referentes à esta data. Momento de celebração vinculada ao renascimento no cristianismo, em que as famílias se reúnem para orar e agradecer, o ato de alimentar-se e a comida têm lugar de destaque, sobretudo simbólico, destacando-se até mesmo a procura dos ovos de chocolate pelas crianças. Também no período que antecede o domingo pascal, a Quaresma e a Sexta-Feira da Paixão de Cristo, existem costumes e restrições alimentares que originaram-se há mais de dois mil anos.

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A restrição de carnes vermelhas nessa época do ano ainda é praticada. Já no século XV, a pesca em grande escala e o comércio de peixes na Europa, principalmente, bacalhau, que era vendido salgado, sardinhas e atuns, carpas e salmão, lulas e polvos, eram aquecidos na quaresma. De modo semelhante, ainda hoje os preços de peixes e frutos do mar tendem a se elevar próximos à Páscoa. Porém, a ingestão de peixe deve ser incentivada durante o ano todo. O tipo de gordura presente nesse tipo de carne é necessária para a manutenção da saúde adequada. Você já deve ter ouvido falar no ômega-3 e seus benefícios para o coração. Então, uma porção de sardinha, in natura ou em lata, apresenta quantidade diária recomendada de ômega-3.

Mais tarde, quando os colonizadores europeus exploravam os solos das Américas para monocultura da cana-de-açúcar e cacaueiros, mesmo durante o jejum religioso, o açúcar não era proibido, bem como o cacau. Apenas no século XIX, a massa pastosa constituída de cacau, açúcar e leite foi elaborada, dando origem ao chocolate, um dos principais símbolos da Páscoa, que representa o nascimento e a vida quando na forma de ovos de chocolate. A variedade de chocolates disponíveis no mercado atualmente é dependente da sua formulação. Chocolates com maior quantidade de cacau, denominados “amargos”, são mais saudáveis principalmente por conterem menos açúcar e por apresentarem maior teor de polifenóis, compostos bioativos benéficos para a saúde cardiovascular e que são antioxidantes. Contudo, recomenda-se o limite de 30g de chocolate por dia, o equivalente à uma barra pequena, inserida em uma dieta nutricionalmente equilibrada.

A celebração de Páscoa pode ter sido o início da criação de hábitos alimentares saudáveis. Manter a ingestão de peixes e substituir o chocolate ao leite ou branco por amargo, nas porções adequadas, auxilia na prevenção de doenças! Em caso de dúvidas, procure um nutricionista para auxiliar na melhora da qualidade da sua alimentação.

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