Sempre lembrarei com carinho desta valiosa experiência. O ano era 1994 e o local era a Chapada do Guimarães. No grupo em que eu me encontrava naquela caminhada de exploração pelas trilhas nas montanhas, estavam pessoas de várias cidades, idades. Alguns mais habituados a natureza e outros menos. Mas todos com a mesma vibração e uma boa dose de curiosidade para explorar aquela belíssima região. Por onde se olhava se encantava, tamanha a diversidade de espécies, plantas, árvores, caminhos, visuais e cenários naturais indescritíveis. Lembro que ao sair do ônibus, nos dividimos em três grupos, para facilitar o controle e a segurança dos integrantes da expedição.
A caminhada seguia firme sob um sol escaldante. A posição do sol deixava claro que já estávamos no meio do dia e que em breve chegaríamos no ponto desejado do alto da montanha, para depois iniciarmos uma efetiva descida até o ônibus que nos esperava para o retorno à civilização urbana.
De repente, em meio às pegadas firmes naquele trecho arenoso e ao som de entusiasmadas conversas do grupo, ouvimos um sonoro “parô pessoal!”. Imediatamente nosso grupo reagiu quase que ao mesmo tempo, gritando: “O que houve?”
A simplicidade da resposta e a preocupação do líder do nosso grupo nos deixou estarrecidos: “Estamos caminhando um tempão na trilha de areia e não tem nenhum pegada adiante – isso quer dizer que nos perdemos do grupo que estava em nossa frente, pois certamente por aqui ninguém passou hoje!”
Os minutos seguintes foram de pura apreensão em relação ao que iríamos fazer a partir dali, pois não tínhamos levado bússola, nenhum aparelho de comunicação funcionava ali e sequer podíamos ouvir as pessoas do outro grupo. Ou seja, havíamos caminhado por mais de meia hora numa direção maravilhosa, repleta de belezas, mas que sem saber para onde estávamos indo.
Felizmente tudo terminou bem, mas quero encerrar essa nossa reflexão e te convido a aumentar seu nível de atenção em relação a caminhada da sua existência. Procure sentir o caminho e a direção da caminhada. Isso te agrada? É nessa direção que pretende seguir? Use a percepção a seu favor.
Aliás, os estudos comprovam que os sentidos que temos são as portas da nossa percepção. Podemos falar dos nossos olhos, do nosso nariz, da boca, dos ouvidos e da pele (o maior órgão do corpo humano), que são os pontos de contato que temos com o mundo ao nosso redor. São os sentidos que filtram as experiências e as percepções, estruturando nosso pensamento e nossa comunicação.
O que você percebe quando olha para frente e analisa a direção da sua vida? Pense nisso e lembre-se da importância das suas escolhas e dos seus hábitos diários. Se exercitar regularmente é fundamental. Movimente-se e Saúde!