Alimentos integrais: uma reflexão

Semana passada, fui indagada sobre os alimentos integrais, se seriam mais saudáveis comparados aos não integrais. A imagem de um pão francês reprimido ao lado de uma fatia de pão “10 grãos” surgiu no meu imaginário. Logo depois, indaguei: Que tipo de alimento integral? E quem irá ingeri-lo? A alimentação pode ser adequada para determinada situação, mas inadequada à outra.

De fato, os cereais integrais possuem maior teor de fibras. Por isso, para a maioria das pessoas, eles são mais indicados comparados aos refinados. Contudo, os laticínios integrais possuem maior quantidade de gorduras saturadas e colesterol, bem como, de calorias, e podem ser contra indicados para indivíduos com sobrepeso, obesidade e “dislipidemias”.

Outro aspecto a ser avaliado é a presença de glúten no trigo, centeio, cevada e aveia, independentemente da forma que esses cereais encontram-se: integral ou refinada, farelo ou farinha. É consenso entre a comunidade científica que indivíduos com doença celíaca não devem ingerir qualquer produto alimentício que contenha glúten. Mas não há benefícios na sua restrição para pessoas sem doença celíaca.

A intolerância aos cereais integrais não é frequente. Contudo, indivíduos com algumas doenças intestinais podem não tolerar tão bem as fibras quanto os indivíduos saudáveis e devem ter maior controle na ingestão desses alimentos. Além disso, para crianças pequenas que estão iniciando a alimentação complementar e indivíduos com distúrbios na deglutição indica-se dieta com fibras alimentares abrandadas. A recomendação de ingestão de fibras para população adulta saudável é de 25g por dia. Os cereais integrais são coadjuvantes no alcance dessa recomendação. Além disso, pessoas com diabetes podem se beneficiar com a de maior quantidade de fibras: tende a reduzir os picos glicêmicos após as refeições.

Os cereais integrais in natura, bem como seus produtos alimentícios podem levar ao aumento da saciedade após a refeição, devido ao maior teor de fibras comparado aos alimentos à base de cereais refinados. Contudo, a quantidade calórica dos cereais integrais é semelhante ao dos refinados. A perda de peso depende basicamente em gastar mais energia comparada à quantidade ingerida. Assim, o plano alimentar deve ter equilíbrio entre os nutrientes, entre eles as fibras, a ingestão hídrica e atividade física.

Existe dificuldade em classificar os alimentos em bons e ruins, visto que a alimentação envolve apenas aspectos biológicos, culturais e sociais. Por isso, o plano alimentar deve respeitar esses aspectos e ser elaborado individualmente por nutricionista. As situações específicas de saúde devem ter acompanhamento de médico.

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