36 anos de Ginástica Laboral no Brasil

A riqueza histórica envolvida com o desenvolvimento e a evolução da Ginástica Laboral (GL) é muito valiosa e merece ser tratada com todo respeito e consideração. Existem evidências de que o primeiro apontamento encontrado no mundo sobre GL foi um livreto chamada Ginástica de Pausa, editado em 1925 na Polônia. Logo em seguida a prática teria seguido para Holanda e para Rússia, tomando corpo em vários países a partir de então. Por volta de 1928 a prática foi implantada no Japão, denominada Rádio Taissô (ginástica orientada com músicas pelo rádio).

No Brasil, sabe-se que foi na década de 70 que surgiram as primeiras ações de Profissionais de Educação Física propondo exercícios físicos dessa natureza no ambiente de trabalho. Podemos encontrar referências citando um Programa de Ginástica Matinal, desenvolvido pelos Estaleiros da Ishibrás no Rio de Janeiro, onde mais de 2.500 homens faziam exercícios durante 10 minutos antes do seu trabalho.

Contudo, cabe ressaltar a iniciativa protagonista da FEEVALE, no RS, através da Escola de Educação Física, que há exatos 35 anos efetivou um contrato com uma empresa da região para a implantação de um Programa de Ginástica Laboral, baseado em análises biomecânicas e estruturada pelos profissionais de Educação Física da instituição, bem como com parcerias com o SESI da região e conforme as necessidades da empresa naquela época.

Hoje a GL está consolidada, implantada em inúmeras empresas de diversos segmentos por todo o país e cresce na medida em que profissionais de Educação Física têm se especializado para desenvolver os programas; cresce ainda na medida em que inovações são desenvolvidas e aplicadas nos ambientes corporativos; bem como cresce na medida em que empresários e profissionais atuantes na área se unem para potencializar o desenvolvimento desse programa, que hoje integra as estratégias de promoção de saúde nas empresas.

Cada vez mais as Faculdades de EF tem percebido a real importância do tema e as possibilidades de inserção mercadológica nessa área, desenvolvendo isso em seus cursos de graduação e também agora em nível de pós-graduação.

O momento nos convida a pensarmos no futuro da GL como um processo estruturado e sistematizado, de acordo com os diagnósticos realizados nos diferentes setores, cuja prescrição das atividades desses programas contribuirão com melhorias individuais, coletivas e sobretudo impactem positivamente em mudanças organizacionais, contemplando aspectos comportamentais, cognitivos e de organização do trabalho, amparados nas evidências científicas, gerando transformações na cultura das organizações.

Que venham os próximos 36 anos da GL! A saúde dos trabalhadores carece de ações e programas capazes de contribuir e construir resultados mais positivos.

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 Rony Tschoeke
 é Wellness Coach e conselheiro do Conselho
 Regional de Educação Física da 9ª região.
 rony@promovesaude.com.br