Volta pra escola, Beto!

O governador Beto Richa devia seguir o exemplo dos professores e voltar à escola. Nunca é tarde para voltar a estudar. Reaprender, principalmente, porque muita coisa ele deve ter aprendido com José Richa, um dos líderes mais preparados da política brasileira.

Evidentemente, Beto Richa não pode voltar para uma escola qualquer da rede pública do Paraná, entre elas a Escola Estadual Hugo Simas, onde ele iniciou os estudos de ensino fundamental em Londrina, que pelo visto em outras não deve estar em boas condições para receber aluno tão ilustre. 

Muito menos o governador deve optar por professores notoriamente despreparados, como seria o caso de aprender a administrar as finanças do Estado com os mesmos secretários da Fazenda que não souberam equilibrar receita e despesa no seu primeiro mandato. Também seria desaconselhável voltar aos bancos escolares na companhia de certos amigos que, como se sabe, só tiveram destaque na hora do recreio e nos boletins de ocorrências.

Depois de quatros anos com notas vermelhas no boletim, Beto Richa não está precisando livros de autoajuda para governar. Nessa área, talvez a leitura da “Arte da Prudência”, do jesuíta espanhol Baltazar Gracian, o ensinasse que a pior e mais frequente maneira de ser ludibriado é se enganar com as pessoas: “Melhor ser enganado no preço do que na mercadoria. Nada exige um exame mais cuidadoso. Há grande diferença entre entender as coisas e conhecer as pessoas, e é uma grande arte conhecer os temperamentos e perceber as diferenças de humor. A natureza humana deve ser estudada com tanto cuidado quanto os livros”.

Sempre em tempo, seria um bom conselho reler a cartilha de Tancredo Neves: “Esperteza, quando é muita, come o dono” – dizia o inesquecível companheiro político de José Richa, o primeiro professor do menino Carlos Alberto Richa.