Depois do monumento ao “Cocô Desconhecido”, agora o banheiro “transparente” de Ponta Grossa ganhou repercussão internacional. Um jornal britânico publicou a história e questionou os “atrapalhados” arquitetos: “Isso não é levar o conceito de banheiro público um pouco a sério demais?”. Arquiteto e urbanista, Roque Sponholz é a pessoa certa para falar sobre a “vida pública” da cidade de suas raízes, onde é professor de planejamento urbano.Também chargista dos mais produtivos do Brasil, a obra de Sponholz pode ser encontrada aqui: www.sponholz.arq.br
– Ponta Grossa é berço de grandes cartunistas. Não seria essa vocação o que tem levado tantos políticos de Ponta Grossa a se acharem também humoristas?
Roque: Com a diferença de que os cartunistas fazem do humor coisa séria, já os políticos fazem humor com a coisa séria.
– Como arquiteto, você poderia nos dizer a principal utilidade de um banheiro transparente?
Roque: Entre várias, a principal delas é a de que como todos estão te vendo, você não precisa mais gritar: “Tem geeente!”.
– Quanto à escultura fecal que por muito tempo assombrou o povo de Ponta Grossa em praça pública, junto com o banheiro transparente, não seria isso a expressão de alguma ideologia política local?
Roque: Sem dúvida, pois tudo se faz na mais absoluta transparência. Obrar aos olhos do povo é a maior prova de democracia participativa que existe.
– Qual será a próxima a próxima obra pública de aspecto sanitário e fisiológico nos Campos Gerais?
Roque: Espero que seja um grande rolo de papel higiênico para limpar tudo o que ainda estiver sujo.
– O melhor defeito e a pior qualidade de Ponta Grossa?
Roque: O melhor defeito é a sua topografia, consequentemente sua pior qualidade é ser uma cidade cheia de altos e baixos.