Este é o verão da Classe E do Lula. A letra E de Emergentes. Poderia ser também da Classe C, a cria do Lula, não fossem os gigantescos congestionamentos que tiram todo o prazer de estrear. nas vias de acesso ao litoral, o carro novinho em folha financiado em vezes. Emergentes são os novos ricos da estabilização econômica, netos de Fernando Henrique Cardoso, filhos do Lula e adotados por Dilma Roussef.

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Nesse início de verão, a Classe E fez da orla de Santa Catarina a sua passarela de vaidades, reunindo a fina flor dos deslumbrados com a prosperidade. Quem puxou a fila com destino aos mares do sul foi o craque Neymar, ao afirmar que “todas as mulheres bonitas do Brasil vão para Santa Catarina”. Seguido por Ronaldinho Gaúcho, Robinho e outros milionários com passe de menor valor, o almirante do Santos entrou num iate de quarenta pés e foi animar a galera de Michel Teló em plena baía de Porto Belo, na maior concentração de embarcações já vista no sul do Brasil. Nunca se viu esquadra igual, com iates recheados de belíssimas marujas para ostentar os frutos da Classe E.

No verão dos emergentes, os deslumbrados não deixam por menos: quem antes tinha uma pranchinha de surf que valia 600 reais, trocou por uma “longboard” de mil e quinhentos reais, imediatamente superada pelo vizinho que trouxe de Miami uma “stand up” o dobro mais cara. Quem tinha um apartamento de dois milhões de dólares no ano passado, esse ano trocou por outro ao lado de três milhões e, para humilhar o vizinho, já está construindo sua mansão num condomínio fechado de frente para o mar, com o valor ainda incalculável.

De humilhar o modesto Neymar, o craque dos deslumbrados é o carioca Wilsinho Pereira, campeão de esbanjamento na virada do ano nas boates de Jurerê Internacional, em Florianópolis, onde distribui garrafas de champanhe Cristal como se fossem latinhas de cerveja. Há dois anos, em um único dia, o emergente torrou 300 mil euros em uma farra em Saint-Tropez, praia no sul da França.

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Com as estradas entupidas de carros com IPI reduzido, a Classe E está num beco sem saída. Sem ter onde exibir suas Ferraris em plena velocidade (as poucas estradas disponíveis são crateras), os emergentes foram às compras na indústria náutica.

 Um pecuarista de Mato Grosso encomendou um iate Ferreti F870 (26 m de comprimento, salão de festas, três suítes duplas, dependências de empregados), nem recebeu da fábrica e já vai trocar por outro. É que o maldito do vizinho comprou um barco maior ainda.

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