Velório da moda

O Animador de Velórios dos Campos Gerais andou sumido por um bom tempo. Depois do grande velório nacional do 7×1, o Jaguara passou um mês de férias visitando a família em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, e agora volta com o projeto de lançar no Brasil uma moda que está revolucionando os velórios em várias partes do mundo.

Já deu até no New York Times (cuja versão internacional sai toda segunda-feira na Gazeta do Povo) a notícia de que os velórios extravagantes estão na moda. Exemplo de velório que o Jaguara pretende popularizar no Brasil aconteceu em New Orleans (EUA), onde o movimento na Funerária Charbonet-Labat aumentou muito devido a uma falecida chamada Miriam Burbank (foto) que, ao invés de ser estendida no caixão, passou seu próprio velório sentada numa mesa ao lado com uma lata de cerveja em uma das mãos e um cigarro entre os dedos, como de costume quando era viva.

As notícias sobre esse bizarro velório começaram a se espalhar, centenas de pessoas compareceram, o fato foi notícia na internet e logo em seguida o criativo dono da funerária recebeu o telefonema de um agente funerário da Austrália.
O sucesso desses velórios fora do normal tem sido enorme. Pelo que se sabe, a origem da extravagância surgiu em Porto Rico, em 2008, com uma vítima de assassinato de 24 anos cujo velório foi realizado na sala de visitas da família, com o corpo do rapaz amarrado na parede. Esse velório ficou conhecido como “muerto parao” (morto em pé) e tornou-se uma sensação instantânea.

Dos mais comentados, outra vítima de assassinato foi colocada sobre uma motocicleta durante o velório, o corpo de um boxeador foi imobilizado em pé em um ringue e uma mulher idosa foi pranteada em sua cadeira de rodas.

Conforme deu no New York Times, a moda foi lançada em New Orleans em 2012, com a morte de Lionel Batiste, o conhecido líder de uma banda de instrumentos de sopro da cidade. Batiste dizia que não queria ser examinado dos pés à cabeça por quem comparecesse ao seu velório. Por isso, quando a ocasião chegou a funerária mostrou o músico apoiado em sua bengala e com um chapéu de coco colocado elegantemente meio de lado.

Jaguara, o Animador de Velórios dos Campos Gerais, acha que a moda vai pegar no Paraná, pois temos um célebre precedente: em 1954 o pintor Lange de Morretes, conforme o seu desejo, foi enterrado em pé e com o rosto voltado para o amado Pico Marumbi. Ele repousa no cemitério de Morretes, ao lado direito de quem entra e sua cova pode ser enxergada de longe, pois nela foi plantado um belo pé de palmito.

Consultado, o Jaguara só não aceita fazer velórios com cenários ou poses de mau gosto. E cita como exemplo o caso de uma garota que queria ser velada com um telefone celular em sua mão erguida mecanicamente, para fazer sua última “selfie” (o próprio retrato) antes de ser cremada.

– Pra mim é exibicionismo de péssimo mau gosto! – descarta o Animador de Velórios dos Campos Gerais.