O alemão Bismarck não jogava bola, nunca jogou na seleção da Alemanha e muito menos no Vasco da Gama, mas em compensação atuava muito bem com a cabeça. Chamado de “Napoleão da Alemanha”, no século 19 Otto von Bismarck deixou para a história frases como estas:

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– Um grande estado não pode ser governado com base nas opiniões de um partido.

– Os tolos dizem que aprendem com os seus próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos outros.

– Praticamente não existe palavra nos dias de hoje que se tenha usado tão mal como ”livre” … Não confio nela porque ninguém quer a liberdade para todos; todos a querem para si.

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– Quem toma conta da carteira tem o poder.

– Nunca se mente tanto como em véspera de eleições, durante a guerra e depois da caça.

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– Os cidadãos não poderiam dormir tranquilos se soubessem como são feitas as salsichas e as leis.

A esta última, é preciso acrescentar que a maioria não dormiria em paz se soubesse como são ganhas as eleições. Agora que os candidatos interromperam temporariamente o desfile diário do concurso de fantasias, precisamos nos preparar para o que nos aguarda neste segundo turno entre Dilma Rousseff e Aécio Noves: vai sobrar airakorê para todo mundo!

Reza uma das tantas lendas de Curitiba que, ao descer a Serra da Graciosa, D. Pedro II ficou sabendo que em Porto de Cima existia uma tribo de índios botocudos simpática ao Império, inimiga dos republicanos .

Antropólogo curioso, D. Pedro II botou a mochila nas costas e foi conhecer a indiarada. Não sem antes receber um alerta:

– Tenha cuidado, Majestade: esses botocudos são muito bocudos!

– Botocudos bocudos? Como assim?

– Sim, Imperador! É uma indiarada debochada, sem vergonha!

Mesmo assim D. Pedro II desceu o rio Nhundiaquara ao encontro da tribo botocuda, onde foi muito bem recebido. Assaram um veado para a escolta real (cozinharam paca, tatu e cutia também) e, antes de se despedir e para não perder a viagem, o Imperador fez um ligeiro discurso aos súditos botocudos:

– De volta ao Rio de Janeiro, vou fazer com que sejam demarcadas as terras indígenas!

E os índios gritavam em coro:

– Airakorê!

– Por decreto, os índios vão ter direito a saúde gratuita e aposentadoria!

– Airakorê!

– Sob minha proteção, os índios vão ser muito mais respeitados! Vou botar na galera homem branco que explorar o povo indígena!

– Airakorê!

Antes de ir embora, diz a lenda, D. Pedro II pediu para ter uma audiência em particular com o morubixaba que morava numa oca no alto da Serra do Mar. Pitando o cachimbo da paz, o Imperador foi conduzido por um indiozinho bastante jovem, que, apontando o dedo em direção ao morro, disse:

– Andando por aqui, Majestade! Esse caminho ter menos pirambeira. Mas tomar cuidado para não pisar no airakorê das vacas!