Umbigo atleticano

Assim como milhões de brasileiros, também vou me valer das palavras de Luiz Fernando Verissimo para aparentar inteligência rara, transcrevendo parte de sua coluna de quinta-feira na Gazeta do Povo:

“Não aguento mais esses cronistas que escrevem como se seu umbigo fosse o centro do Universo quando todo mundo sabe que o MEU umbigo é que é o centro do Universo. Ele é o centro constante das minhas atenções como o centro do meu corpo e aonde ele vai eu vou junto, e vice-versa, certo de que todos se interessarão pelas nossas aventuras e desventuras. O assunto do cronista é sempre o cronista. Ou o seu próprio umbigo e suas circunstâncias”.

Assim posto, acho que gostariam de saber que vou levar o umbigo para passear no Rio de Janeiro. De 26 a 30 de novembro vou flanar pela orla carioca e, bem protegido por uma camisa rubro negra, eu e meu umbigo vamos torcer pelo Clube Atlético Paranaense no Maracanã.

Certo está o jornalista Roger Pereira, ao escrever no Facebook: “Ainda bem que não fui sorteado para a final da Copa do Mundo, vou conhecer o novo Maraca quase um ano antes e numa final muito mais importante…”.

Como também não tive a sorte de ganhar nem mesmo um lugar privilegiado na fila da bilheteria, com as passagens aéreas na mão vou comprar os ingressos através de um velho amigo que fez a seguinte análise da façanha atleticana perante os gaúchos: “Sabe qual a diferença entre o atual futebol gaúcho e o salário mínimo? A diferença é que o salário mínimo você ganha, ganha, ganha e não compra nada. Já a dupla Grenal compra, compra, compra e não ganha nada. Quanto ao jogo, podemos dizer que o rubro negro paranaense passou pelo Grêmio jogando no tradicional estilo do Grêmio. Um a zero, zero a zero. Nada mais, nada menos. E tudo isso sob o tacão do delegado Antônio Lopes”.

Do alto de sua autoridade, o xerife do Furacão também será de grande valia no Rio de Janeiro. Não só para impor respeito aos rubro negros cariocas, como também para proteger o valioso umbigo de Mario Celso Petraglia.