Uma estátua para Paulo Baier

Dois dos maiores ídolos do futebol paranaense são merecedores de estátuas. Alex já tem uma na Turquia, localizada na frente do estádio do Fenerbahçe, com o tamanho real do jogador. Agora não está descartada outra, no Alto da Glória, caso a fuga do rebaixamento venha de seus pés.

Paulo Baier também já fez por merecer a sua estátua na nova Arena da Baixada, independente do que venha o Atlético Paranaense a conquistar. Daqui para frente, graças ao veterano goleador, até mesmo um cachorro vira-lata com rabo abanando é uma inequívoca demonstração de júbilo ao presidente Mario Celso Petraglia – o misericordioso “condottiere” que reabilitou Paulo Baier para a galeria de heróis atleticanos.

Diz-se que não devemos construir estátuas aos nossos heróis, melhor é erguer estátuas às nossas vítimas. Seria o caso de Paulo Baier, caso fosse melancolicamente conduzido às calendas petraglianas. Calendas, sabemos, é a palavra que originou o termo calendário e a expressão calendas gregas se refere ao dia que jamais vai chegar, pois era inexistente no calendário grego.

É agora ou nunca uma estátua para Paulo Baier. Longe dos olhos dos surpreendentes auditores do Tribunal de Contas, basta lançar mão de uma fração dos recursos não contabilizados nas obras da Arena da Baixada e contratar o escultor Elvo Benito Damo para a histórica tarefa. A única dúvida para a composição da estátua seria quanto à pose do herói. Nas estátuas equestres (do latim “equus”, cavalo) os posicionamentos das patas do cavalo têm seus significados: quando as quatro patas do cavalo estão no solo, significa que o homenageado morreu de causa natural. Se uma das patas estiver no ar, quer dizer que ele morreu em ação. Se duas patas estiverem levantadas, significa que ele morreu em batalha.

Sendo que o nosso herói não tem quatro patas, mas apenas duas chuteiras, a obra poderia mostrar Paulo Baier ao lado do presidente atleticano em seus momentos de fúria, quando costuma tratar a imprensa com quatro patas. Duas delas levantadas.