Como diria um cronista exemplar, estava posto em sossego quando um passarinho pousou na minha janela.

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– Bom dia, passarinho da cidade! O que tendes aqui?

– Vim em nome do Oraci Gemba.

– Do Gemba, aquele grande diretor do teatro paranaense?

– Ele mesmo, que agora está dirigindo no Grande Teatro Celestial uma versão de vanguarda da “Paixão de Cristo”.  

– Se acomode e nos gorjeie tudo, passarinho!

– Pois o Oraci Gemba está querendo dirigir o espetáculo de inauguração do monumento a Lala Schneider.

– A obra do Alfi Vivern e da Maria Inês de Bella a ser inaugurada dia 31 de março na Praça Santos Andrade, em frente ao Teatro Guaíra?

– Exatamente. 

– Mas quem disse que vai ter espetáculo de inauguração?

– Pois esse é o motivo pelo qual o Gemba me fez um passarinho de recados: ele quer fazer do ato oficial um espetáculo, com a participação de toda a classe teatral. Entre vivos e mortos.

– Um espetáculo de ressurreição?

– Mais ou menos. Oraci Gemba já escalou toda a classe teatral do Paraná disponível no Grande Teatro Celestial. Estarão no elenco todos os amigos da Lala Schneider. Desculpa se esqueço alguém, mas virão com o Gemba a Lurdes Bergman, o Maurício Távora, o Salvador de Ferrante, Glauco Flores de Sá Brito e até Bento Munhoz da Rocha Netto. O cortineiro Gercino Conceição, Alberto de Oliveira, o grande coronel Xiririca, as camareiras Marlene Conceição, os maquinistas Panhe, o mestre carpinteiro, Jorge de Lima, Antônio Perevalo, Chapula, Antônio Zampier, o marceneiro Irineu Adami, Rui Silva, o eletricista, junto com o Pedro Michalski, o mais antigos dos iluminadores do Guaíra. Virão ainda o Sol Rodriguez, ator e bilheteiro, mais os jornalistas Aramis Millarch, Ernani Gomes Correia, o E.G.C., Edy Franciosi, Nélson Faria e Dino Almeida.

– E o Aristides Teixeira, o primeiro diretor da grande dama, também vem?

– Vem com os Irmãos Queirolo, Lafayete, Julião e Sérgio, puxando a trupe: Juve Garcia, Claudete Baroni, Roberto Menghini, Clóvis D’Aquino, Aírton Muller…

– E o Antônio Carlos Kraide?

– A princípio não queria vir. Mas depois que o Ariel Coelho começou a arrumar a frasqueira, virá todo mundo: o grande Cláudio Correia e Castro, Sansores França, Joel de Oliveira, Zé Maria Santos, Narciso Assumpção, Idelson Santos, Fernando Zeni, Olinda Wischral, Cleon Jaques, Hugo Duarte, Rogério Delê e Aílton Silva, o Caru, Edson d´Ávila ao lado de sua Delci. A Rita Pavão vai dançar e a Odelair Rodrigues vai fazer dueto com Lápis em homenagem a Lala. Meu Deus, será que esqueci de alguém?

– Dia 31 de março será a reestreia da Lala na Praça Santos Andrade.

– O Gemba gostaria que a classe teatral em peso, dos vivos e bem vivos, participe da festa. E deseja “merda” para todo mundo!

– “Merda”, passarinho? Isso é jeito de gorjear?

– Ora, todo mundo sabe que “merda” no teatro é o mesmo que “boa sorte”.

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