(Diário de Roma)

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Quem nasce em Ponta Grossa, dizem, faz vestibular para o mundo. Padre Alfeo Prandel é um deles. Aqui em Roma é o administrador da Faculdade de Teologia Moral dos Redentoristas, padres da Igreja do Perpétuo Socorro, da novena de quarta-feira no Alto da Glória. Mora aqui desde o ano 2000, mas quem olhar bem de perto pode reconhecer um antigo morador da Vila São Pedro, no Xaxim, que nos anos 1970-80 vivia no meio da comunidade para melhor entender as necessidades e dificuldades daquela gente. Entre seus companheiros de então estava o seminarista, Gilberto Carvalho, que foi braço direito de Lula e agora, segundo as fofocas, o esquerdo da Dilma.

Padre Alfeo teve um caminho bem interessante nos seu 71 anos, desde quando desceu dos Campos Gerais. Fez seminário em Curitiba, foi ordenado em Esopus, nos EUA e trabalhou em Goiás e Mato Grosso do Sul para melhorar as condições de vida de comunidades pobres, exploradas. Ele ajudou a tirar muita criança do trabalho ilegal em carvoaria e plantação de cana-de-açúcar, pagando aos pais para que deixassem os filhos na escola o dia inteiro.

Assim, quietinho, é o trabalho dos Redentoristas cujo superior em Curitiba é o padre Joaquim Parron. Junto às comunidades, e sempre aprendendo com o povo, os ex-alunos do Padre Alfeo silenciosamente se dedicam à recuperação de dependentes químicos, com casas terapêuticas espalhadas pelo Paraná e atendem em torno de duas mil pessoas por mês com alimentação, apoio psicológico e educação profissional para os carentes desempregados.

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Do padre Alfeo ao padre Parron, um perpétuo socorro sob as bênçãos de Nossa Senhora. A novena das quartas-feiras que o diga! Ah, além de tudo, os dois são capazes de operar pequenos milagres: conseguiram dois convites para este jornalista participar da espetacular Vigília Pascal de sábado à noite na Basílica, com três horas de duração, e da missa no domingo de Páscoa na Praça de São Pedro, duas cerimônias conduzidas pelo Papa Bento XVI.