Antes tarde do que nunca, o senador Álvaro Dias, afirmou ontem que todos os políticos citados no relatório final da Polícia Federal sobre o mensalão devem apresentar explicações à sociedade.

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Menos, senador, menos. Todos menos um. Não é o que parece, mas precisamos acreditar que Luiz Inácio Lula da Silva não sabia de onde vinham os agrados para controlar a base aliada do governo em 2005.

Além de não saber de nada, estava fazendo o papel de marido traído, o último a saber:

– Quem é esse careca dentro do nosso armário?

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– Amor, outras mulheres também fazem isso… é apenas uma relação não contabilizada!

– E essa cueca largada no chão?

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– O careca do armário passou no Banco Rural e veio depositar o caixa 2 aqui na minha pessoa física!

Tanto Lula não sabia nada, e há tanto tempo não sabe de nada, que o ex-presidente lembra aquele garoto que pergunta para a avó:

– Vovó… que qui é uma amante?

A avó levanta apressada da cadeira de balanço e sai correndo pela casa gritando:

– Meu Deus! Meu Deus! Que horror, Nossa Senhora!

 Ela vai para seu quarto, abre a porta do armário e de lá cai um esqueleto. Ploft!

Lula não sabia de nada e, quando foi pedir explicações, José Dirceu usou de todo o seu poder de convencimento. Ou seja, Lula fez o papel do maridão que foi tirar satisfações com a esposa na maternidade:

– Que história é essa de nosso filho nascer com cara de chinês, se eu sou brasileiro?

– Mas querido, será que você nunca ouviu dizer que a cada cinco crianças que nascem no mundo, uma é chinesa?

Em relação a Lula, os bons companheiros Delúbio Soares e Sílvio Pereira faziam o papel das duas madames que durante uma festa exibiam seus brilhantes:

– É diamante?

– Não… é do meu marido mesmo!

Lula foi traído por seus melhores amigos. Como se viu, portanto, ele é um marido traído. Agora só resta ao senador Álvaro Dias classificar a espécie. Existem vários tipos de maridos traídos: o manso (aquele que vê a mulher com outro e só balança a cabeça); o prevenido (que liga para a esposa antes de ir para casa); o político (que promete: “Eu vou matar esse cara!”, mas nunca cumpre); o cético (quando vê a mulher com outro não acredita); o cebola (quando vê a mulher com outro, chora); o socialista (aquele que não se importa em dividir com os outros); o abelha (o que vai para a rua fazer cera e volta cheio de “mé”).

O desagradável em desenterrar o mensalão é que entre os nobres deputados e senadores, um desconfia do outro. Fazem o papel daquele marido que contrata um detetive particular para investigar as peraltices da esposa, informando o motel para o flagrante:

– Não deixe a cretina escapar, que eu estou de olho lá na esquina!

O homem ficou na expectativa por mais de uma hora. De repente, vê o detetive dando a maior surra numa mulher.

– Espera aí! Essa não é a minha mulher!

– Mas é a minha!!! – berra o detetive ao medir o próprio chifre.