Tudo na vida tem o seu lado bom. Com exceção do time do Atlético, que ainda não acertou em lado nenhum. A campanha eleitoral pela tevê não foge à regra e tem o seu lado ótimo. Sexo, por exemplo. Muito sexo.

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Não seria preciso casar com uma dessas monumentais atrizes de novela para confirmar os efeitos saudáveis de se fazer sexo ao menos três vezes por semana. Fazer amor alonga a vida e deixa as pessoas mais inteligentes e felizes. Portanto, aproveite o horário eleitoral obrigatório para fazer sexo num dia sim, no outro também. Um orgasmo é melhor que tomar duas aspirinas. É um santo remédio, garantem os doutores. Previne o câncer da próstata, protege da diabete, da hipertensão, de problemas cardiovasculares, evita a dor de cabeça, favorece o desenvolvimento do sistema nervoso e deixa os parceiros bem mais inteligentes.

Sexo é bom, não faz mal e, além do imenso prazer, deixa os amantes de bem com a vida, explica Marianne Salleron, psicóloga da Associação Francesa dos Centros de Consultas Conjugais, pesquisadora que defende uma tese polêmica: “O sexo desenvolve a generosidade, a suavidade, a vontade de aprender, de descobrir, de estar em contato com a vida. Mesmo se os parceiros, depois de trocar juras de eterno amor, vão para a cama com outras pessoas”.

Para os que gostam de pular a cerca, é um bálsamo. A pesquisadora aponta três tipos de amor: o desejo sexual; a paixão por uma pessoa em particular; e o afeto que faz dividir a própria vida com um outro. Como esses três tipos de amor dependem de mecanismos neurobiológicos diversos, não é culpa amar contemporaneamente pessoas diferentes, de “sentimentos” diversos.

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Para quem tinha alguma dúvida, agora a dúvida ficou maior ainda. Sociologicamente, não é bom espalhar essa teoria, especialmente na própria casa. Porque o discurso deixa de ter um fundamento científico e passa a ser um caso de polícia. Cada caso é um caso, e um caso pode trazer dor de cabeça, além de fazer muito mal ao bolso. Pensem bem.

Deixando de lado a polêmica, vamos nos ater à unanimidade: deixem os políticos falando sozinho e vamos todos pra caminha. Com o perdão da palavra, sacanagem por sacanagem, é preferível a saudável sacanagem consensual entre quatro paredes.

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O paciente adentra ao consultório médico e desabafa:

– Não entendo o que acontece comigo: sei de cor e salteado nome e número de todos os candidatos, digo de trás pra frente todos os planos de governo e não consigo sair da frente da tevê durante o horário eleitoral obrigatório. O que se passa, doutor?

– Simples: disfunção erétil.