(Diário de Roma)

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Era 18 de abril, como hoje, mas o ano era 1506. Há 506 anos, portanto, foi lançada a pedra fundamental da “nova” Basílica de São Pedro, em Roma. O Papa, que era Julio II, fez depositar uma urna com uma dúzia de medalhas feitas de bronze e folheadas a ouro, uma para cada apóstolo de Jesus, exatamente no local da pedra. Era um “pedrão” de mármore, com quatro palmos de altura, dois de largura e três dedos de profundidade. Sobre esta pedra se assentou a basílica que leva o nome do primeiro apóstolo, Pedro, a quem Jesus dissera “és pedra, sobre a qual assentarei a minha Igreja”.

Em 1506 começou a história da atual basílica, que substituiu a de 323, mandada construir pelo imperador Constantino. Ambas, porém, sobre o túmulo do apóstolo Pedro. A sepultura fica exatamente nove metros abaixo da cúpula central da basílica – o chumbo de Michelangelo – e do baldaquino de Bernini, em linha vertical.

Mas há muito mais que o túmulo de São Pedro nos subterrâneos do Vaticano. A foto, dos anos 1940, mostra uma outra história, de uma escavação iniciada para cumprir a última vontade do Papa Pio XI, que queria ser sepultado o mais próximo possível do túmulo de São Pedro. Não havia lugar e em busca de espaço foram iniciados os trabalhos, que levaram à redescoberta de um cemitério – tanto pagão quanto cristão – quase intacto.

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O mundo estava em guerra, Hitler era uma real ameaça do apocalipse e por muitos anos não se tocou no assunto, embora as escavações continuassem em sigilo. Hoje, novo século, mundo em relativa paz, qualquer interessado pode fazer uma “viagem” pelos subterrâneos do Vaticano. Basta reservar com antecedência pela internet: scavi@fsp.va, ou uff.scavi@fabrics.va . É em grupo de no máximo12 pessoas, com guia.