Ninguém me pediu, mas se me pedissem para dar um conselho para os próximos doze meses, diria o mesmo que disse Thomas Watson, o pioneiro da IBM: “Se você quiser ser bem-sucedido, duplique sua taxa de fracassos”.

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Caso a presidente Dilma Roussef, por sua vez, precisasse  de um palpite, daria dois: no primeiro, reforçaria a sugestão para acabar com essa “birra inútil” de sua assessoria de tratá-la como “presidenta”. É “birra” porque parece ser um dos azedos resquícios do ex-ministro Franklin Martins, só para contrariar a maioria dos jornalistas e escritores ditos da “imprensa canalha”; e é “inútil” bater o pé porque tem razão o cartunista Solda: “Se Dilma insiste em ser chamada de presidenta, ela vai morar, portanto, na Granja da Torta”.

Como segundo conselho, contaria à presidente o caso daquele espanhol que ganhou sozinho na loteria da Espanha, o “El Gordo”, um dos maiores prêmios pagos no mundo. Depois de apostar num bilhete que terminava com o número 48, o espanhol foi procurado pela imprensa mundial e, todo orgulhoso de seu feito, concordou em revelar o palpite que o levou à fortuna: “Sonhei com o número sete por sete noites consecutivas e, simples assim, sete vezes sete é 48!”.

Este espanhol do “El Gordo” é mais ou menos parecido com o ex-presidente Lula, com a pequena diferença de que o brasileiro é mais preparado na aritmética. Assim sendo, diria a Dilma Rousseff para não fugir demais do figurino petista, porque nunca antes nesse país houve um presidente com tanta sorte quanto Luiz Inácio Lula da Silva, o “Forrest Gump” do ABC Paulista que pegou de Fernando Henrique Cardoso a economia nos eixos e decorou direitinho a tabuada do sete. E, tantas vezes insistiu em ser candidato a presidente, que cabe a ele e ninguém mais o sábio conselho de que é preciso duplicar a taxa de fracassos para quem quiser ser bem-sucedido.

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Já com quatro experientes jornalistas como secretários de governo – Deonilson Roldo (Chefia de Gabinete), Marcelo Catani (Comunição), Paulino Viapiana (Cultura) e Mario Celso (Copa 2014) -, o governador Beto Richa não viria a mim pedir conselhos. Mas, na hipotética possibilidade, diria que os seus dois discursos de posse foram muito bem escritos (“Peças literárias de invejável qualidade”, segundo Celso Nascimento), não obstante (em se tratando de analisar discursos o “não obstante” é imprescindível) um pequeno reparo: ao se comprometer com a criação de empregos, aumento da produção e raspagem no orçamento para fazer sobrar algumas migalhas para investimentos imediatos (além de ter suspenso por 90 dias todos os pagamentos dos órgãos da administração direta e indireta do Estado), o governador devia ter convocado, para o esforço de captação de recursos, os dois paranaenses que acertaram na Mega Sena da virada. Afinal, não é preciso ter o pé muito quente para, logo ao assumir, ter dois de seus concidadãos bafejados pela fortuna.
Na primeira audiência, na primeira hora do primeiro dia de trabalho, depois do cafezinho de cortesia, o eleito perguntaria aos sortudos de Pinhais e Fazenda Rio Grande:

– Onde vocês vão aplicar os R$ 48.598.800,00 de cada um?

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– Ainda não sabemos governador. A princípio, vamos botar na Caderneta da Poupança, apesar do baixo rendimento.

– Se vocês quiserem aplicar no Paraná, temos toda a estrutura do governo para orientar os investimentos.

– Veremos governador. De imediato vamos comprar um apartamento na praia.

– Em Guaratuba, Caiobá ou Matinhos?

– Em Balneário Camboriú!

– Sei. Agora, por curiosidade, qual foi o palpite que levou vocês a ganhar na Mega Sena?

– Sonhamos com o número sete por sete noites consecutivas e…

– Sete vezes sete é 48!