Santo homem

Certas criaturas, se não existissem, deveriam ser criadas pela imaginação de um escritor como Oscar Wilde, ao dizer que Deus, ao criar o homem, superestimou Sua capacidade.

Mario Celso Petraglia é um exemplo. Se ele não tivesse residência no Campo Comprido, o que seria de nossa autoestima? Como disse um atleticano, que até a noite de quarta-feira passada queria ver o cacique do Clube Atlético Paranaense queimando no quinto dos infernos: “E tem gente que ainda tem coragem de falar mal desse santo homem!”.

Assim como Petraglia, se outras celebridades locais não existissem, precisariam ser inventadas. Saudades do trêfego Roberto Requião. Com ele no Palácio Iguaçu, convenhamos, a vida pública no Paraná não seria tão monótona. Pelo menos para nós jornalistas, que muito nos divertíamos nas terças insanas da tevê chapa branca. Comparando o histrionismo de Requião com a sobriedade do governador Beto Richa, somos obrigados a concordar com a revista Veja, ao carimbar a capital do Paraná como uma cidade modorrenta.

O mesmo acontece se compararmos Gustavo Fruet com Rafael Valdomiro Greca de Macedo. Talvez num único detalhe Fruet ainda possa ser comparado com Greca: quando a atual prefeito se exibe de tênis branco nas solenidades oficias, é um espanto! Contraste que Margarita Sansone nunca iria admitir.

A diferença entre a genialidade e a estupidez é que a genialidade tem limites. Como Mário Celso Petraglia não é estúpido nem gênio, muito menos medíocre, depois de conquistar o campeonato gaúcho e, assim, levar o Furacão para o Maracanã, só no resta reconhecer que ele precisa ser canonizado. É um visionário. Um iluminado a fazer da massa atleticana não uma torcida, mas sim uma seita.

Contra tudo, todos e ele mesmo, contra a CBF, a Globo, a Conmebol, o Clube dos 13, a Ambev, o calendário e a anistia das dívidas dos times, Mário Celso Petraglia está atravessando o mar morto do futebol brasileiro.   

E tem gente que ainda tem a coragem de falar mal desse santo homem!