Agora está explicado porque a Associação Comercial do Paraná e a Câmara Municipal tiveram essa semana uma discussão para poucos narizes: querem saber como arranjar banheiros públicos para os curitibanos. Curitiba tem uma média de 13 mil habitantes para cada sanitário público. Achar um sanitário no centro da capital não é fácil. E quando se acha, vem uma voz abafada lá das profundezas: Tem gente!

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Os vereadores, já acostumados com a fedentina que exala dos cofres públicos, não vão concordar, mas a causa de toda essa fedentina é uma só: nos fundos da Catedral, o Beco do Mijo (foto) está fechado para reformas.

O apelido da Travessa Padre Júlio de Campos sempre deixou a Cúria Metropolitana de nariz torcido. Mas fazer o quê? Perguntaria um coroinha desavergonhado: a voz do povo é a voz de Deus. Se não fosse Beco do Mijo, seria o Beco dos sacros odores?

Para o povo ter onde correr na hora do aperto, muitas são as sugestões. Uma delas seria mapear as áreas de maior necessidade para poder explorar a parceria público-privada. Ou seja, voltar ao início do século passado, quando a iniciativa privada (literalmente) cuidava do produto interno bruto (pib) dos curitibanos.

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O Barão da Merda foi um dos personagens mais bizarros da nossa história. Também conhecido como Castelhano, era proprietário de uma empresa sanitária e limpa-fossas de Curitiba. Enriqueceu trabalhando e conduzindo pessoalmente seus negócios, na boleia de uma carroça que recolhia os produtos e subprodutos dos penicos. Se fosse hoje, seria o maior acionista da Sanepar. Quando pobre, ou quando microempresário das fossas, era chamado de Chico Bosta. No início do século passado, porém, ficou tão rico que os invejosos começaram a tratá-lo como Barão da Merda. O que se deduz que veio daí a expressão, “a inveja é uma merda”.