Não convidem para o mesmo chimarrão duas das mais populares figuras dos Campos Gerais: Jaguara, o Animador de Velórios, e o polaco Stacho. É briga de ripa, na certa. Tudo começou quando o Stacho veio para Curitiba fazer exame de DNA e saiu contando histórias no Bar do Popadiuk:

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– O que você está fazendo em Curitiba? – perguntou um do balcão.

– Ieu estando fazendo teste de DNA na capital. Resultado saindo mês que vem.

– Teste de DNA? Pra que isso?

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Stacho responde a todos no seu mais legítimo dialeto “varsoviaco”, uma mistura do idioma de Varsóvia com o “polaquês” dos Campos Gerais, cuja maior característica é o “gerundês”. 

– Querendo ver se ieu não tendo por acaso algum jaguarrrrra na família!

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A notícia se espalhou mais do que pinus nos campos. Até cair no ouvido do próprio Jaguara, o Animador de Velórios, que reagiu indignado.

– Vou dar um pescoção nesse polaco despatriado!

As desavenças entre o Stacho e o Jaguara começaram por causa da morena chamada Rosário, uma carpideira profissional que faz dupla com o Jaguara em velórios.

Funciona assim: entre uma e outra conversa mole do Jaguara, Rosário chora e assim, nesse revezamento, a noite vai passando mais depressa para os enlutados. A parceria andava a mil maravilhas, não fosse o Stacho se apaixonar pela Rosário. O namorico dos dois era até permitido pelo Jaguara, mas a coisa desandou quando o Stacho pediu a morena em casamento.

– Se amanhã ela fica grávida, onde vou arrumar outra carpideira melhor que ela? – reclama o Animador de Velórios.
Stacho não quer nem saber dos negócios do animador de velórios:

– Ieu ficando com a Rosário e esse Jaguara ficando com a chorrrrradeirra! Se ieu não casando com ela, chorrrrremos todos! (Em “varsoviaco”, o verbo chorar se pronuncia com cinco erres).

Muito justamente o Jaguara é contra o casamento da Rosário com o Stacho.

– Essa carpideira é uma mina de ouro! – diz ele para os amigos do Bar do Papadiuk. – Imagina que estou para assinar um contrato para animar o velório do Eduardo Cunha, assim que o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot cravar uma estaca no coração do presidente da Câmara. Mas só me pagam com uma condição: tenho que levar a carpideira Rosário para chorar no ombro da dona Dilma.