Jaguara, o Animador de Velórios dos Campos Gerais foi contratado para fazer companhia aos 12 presos da Operação Lava Jato que, agora, ficarão hospedados no hotel meia estrela do Complexo Médico-Penal (CMP) de Pinhais.

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Transferidos da Polícia Federal pelo juiz Sérgio Moro, os trambiqueiros da Petrobras terão o mesmo tratamento dado aos demais detentos do sistema penitenciário do Paraná, o que levou o Jaguara a ficar otimista quanto ao resultado final do processo:

– Com três presos por cela, uma latrina para fazer o serviço de cócoras, banheiro coletivo e chuveiro frio, na primeira geada os bacanas entregam até as suas respectivas progenitoras em troca de um banho quente.

No mais, a temporada será das mais agradáveis, considerando que vão comer o marmitex – o que é um luxo, para as atuais condições financeiras do Estado -, terão direito a uma hora por dia de banho de sol e a duas horas e meia de visitas coletivas nos finais de semana. As quatro celas não têm televisão, mas em compensação o Animador de Velórios dos Campos Gerais ficou encarregado de passar duas horas por dia com eles contando piadas, chistes e outras anedotas de salão.

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Ontem, no final da tarde, quando o Jaguara foi apresentado aos hóspedes do delegado Francisquini (o que já é castigo), causou boa impressão ver o ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras, Renato Duque, orar ajoelhado junto à latrina fedorenta:

– Ai minha nossa senhora do chuveiro elétrico, dai-me resistência!

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No que foi acompanhado pelo empreiteiro Agenor Franklin Magalhães Medeiros:

– Minha nossa senhora do bom asseio, não me deixe faltar papel higiênico!

Eram tantos bilionários em apenas três celas que o Animador de Velórios dos Campos Gerais começou sua sessão de risoterapia contando aquela piada mais velha do que anedota de papagaio, porém adequada para a ocasião:

– Sabem por que a loira não toma banho na primavera e no outono?

Porque no chuveiro só está escrito inverno e verão!

Em seguida, vendo que ninguém havia movido uma ruga do rosto com a infame piada da loira, o Jaguara contou aquela do camarada dos mais honestos que entrou num banheiro da Petrobras onde ninguém usava papel higiênico.Todo mundo se limpava com notas de um real. No dia seguinte, ele voltou ao mesmo banheiro, apertadíssimo, e fez o que tinha que fazer. Na hora de se limpar, viu que não tinha uma nota de um real. Sem nenhum problema, o camarada limpou-se com uma nota de 50 reais, catou 49 reais do cesto de lixo e foi embora também com a consciência limpa.
Foi um sucesso. Os maiorais da construção civil e seus subordinados da propina estão rindo até agora com o papel de idiota do camarada honesto.

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O QUE SE DIZ POR AÍ – ““Pra muita gente, o regime ideal funciona assim: todos têm direito a todas as liberdades e o pagador de impostos é quem paga todas as consequências. Liberdade para as drogas. O que rala banca as clínicas de recuperação. Liberdade sexual plena. O que rala banca a creche para o bebê da mãe adolescente. O “di menor” enfia uma bala na cabeça do outro. Passa um tempinho em um tal centro socioeducativo, bancado pelo que rala, e logo fica livre, leve e solto, de arma na mão. (De um motorista de táxi, em Belo Horizonte, para o jornalista Valério Fabris)