O jornalista Luiz Geraldo Mazza é pescador de dois pesqueiros. Aos sábados, pesca lambaris do rabo vermelho no rio da Várzea. Durante a semana, fisga os bacanas de rabo preso no bar do Maneco.
Ontem encontramos o Lulu – assim chamado em família – na Praça Osório, a caminho do Bar do Maneco.
– Onde você está indo assim tão gordo? – pergunta ele.
– Parei de fumar. Agora preciso andar cinco quilômetros por dia.
– Bom saber. Hoje é o Dia Mundial sem Tabaco.
– O Manoel Carlos Karam, depois de alguns anos sem fumar, certo dia sentiu novamente o cheiro de café que vinha da cozinha e começou a chorar de emoção.
– Comigo aconteceu algo parecido. Por causa da rinite, perdi o olfato. Depois de muito remédio fui pescar e também quase chorei quando, depois de muitos anos, voltei a sentir o cheiro de peixe.
– Qual é o cheiro de peixe?
– O cheiro de lambari é inconfundível.
– Cheira a grama molhada?
– Se tiver grama no barranco do rio.
– Segundo os especialistas, o peixe não tem nenhuma obrigação de ter cheiro de peixe. Talvez um leve aroma de mar.
– E o mar, por sua vez, tem que ter um leve aroma de peixe.
– Por falar nisso, Mazza, o que não está cheirando bem é essa bipolaridade política da Dilma Roussef. Ela tem que decidir de uma vez por todas: ou ela é “presidente” do Brasil ou “presidenta” da base aliada.
– Não é só a Dilma. Cheguei à conclusão que bipolar todo mundo é. Eu mesmo de vez em quando me pego torcendo pro Atlético!
– Vou indo, Mazza. Só me tira dúvida: porque você só frequenta o Bar do Maneco? Não vai mais no Bar Stuart?
– Claro que vou. Não acabei de te dizer que todo mundo é bipolar?
“Reinações de Lulu”, é como podemos chamar um fim de tarde com o decano da imprensa no Maneco, no Stuart ou até mesmo no Bar Luzitano (com z), porque para encontrar amigos como o também jornalista Francisco Camargo (à esquerda na foto), o Lulu é tripolar.