Professor Doutor Bazinga é historiador, escritor e sociólogo, formado em Antonina pela Universidade Federal da Ponta da Pita. Pouco conhecido do grande público, mas cultuado nas principais universidades do mundo, numa prova de que o Paraná não sabe degustar seus mais finos biscoitos. Bazinga é autor de inúmeras frases já consagradas como de autoria anônima, entre elas um clássico entre os ditos populares: “Não importa o tamanho da crise, na falta de dentes o brasileiro sempre mostrará as gengivas”.

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Entre outras obras ainda inéditas, o professor Doutor Bazinga escreveu a biografia de Fernandinho Beira Mar, que só não foi ainda publicada por falta de autorização da família do contraventor. Justamente para nos conceder uma rápida entrevista sobre restrições à publicação de biografias, fomos achar o Doutor Bazinga tarrafeando na Ilha das Peças, onde tem residência fixa.

– Professor, qual a sua opinião sobre a mordaça às biografias, a necessidade de autorização da família do biografado para que uma obra venha a público, como querem os alguns artistas, entre eles Caetano Veloso?

Doutor Bazinga: Diria o mestre Millôr Fernandes: “Quanto maior a mordaça, maior a mordacidade”. Agora só nos resta rir do passado de Caetano Veloso, o autor de “É proibido proibir”.

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Os defensores da mordaça aos escritores são os medalhões do naipe de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan e Roberto Carlos. Seria algum temor do próprio passado?

Bazinga: Todo escritor é um abelhudo. Especialmente os biógrafos. É como dizem lá em Antonina: “Quem tem, tem medo!”. De acordo com o atual Código Civil, o direito de os cidadãos conhecerem a história é prerrogativa dos biografados e seus descendentes. Inclusive os corruptos têm o direito eternizar o segredo de suas roubalheiras. Se a lei aceita a censura prévia das biografias, até os descendentes do Paulo Maluf podem lavar a memória da família nos Tribunais. Gilberto Gil é o porta-voz dos novos censores: “Quem sabe de mim sou eu”. E aquele abraço!

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