Afinal, foi o Bicho Papão ou a foi a Papona que papou o Papão? A pergunta faz sentindo, considerando-se as dúvidas que ainda restam do rumoroso “Estupro da Dercy Gonçalves”. Depois da minissérie contando das peripécias da atriz e a ressuscitação do entrevero amoroso entre Dercy e João Milanez, fica-se com a impressão que os dois falaram demais. Segundo Dercy, “Ele não precisava ser bruto. Eu ia dar pra ele de qualquer maneira”. Já o fundador da Folha de Londrina gravou um depoimento negando qualquer brutalidade: “Eu não estuprei! Ela quis! Tratei-a como uma grande dama quando ela esteve aqui (em Londrina). Levei-a no jornal e mandei fazer uma boa matéria. Depois do show, convidei e ela topou ir a um motel. Mas não tem problema que ela tenha dito tantas vezes que foi estupro. É bom porque faz propaganda minha”.

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Em defesa do Bicho Papão, temos o depoimento do escritor Domingos Pelegrini, justamente o repórter da Folha de Londrina que entrevistou a Papona: “Desconfio que usou o repórter, quando já não era mais foca, para cometer o famoso `Estupro da Dercy Gonçalves´. Levou Dercy à redação, chamou o repórter, dizendo que ela merecia uma entrevista feita por um escritor. Ela realmente gostou de não ouvir perguntas bobas sobre coisas bestas, e saiu feliz. Aí Milanez a levou ao motel, “enganada”, para ser “estuprada”, conforme contaria alegremente e ele alegremente confirmaria vida afora. Desconfio que quem foi enganado fui eu…”, contou Pelegrini ao repórter Wilhan Santin.

Ainda em defesa do “amante da Dercy Gonçalves” (era assim que o ex-governador Roberto Requião tratava o pioneiro de Londrina), temos ainda o jornalista Edilson Pereira, que trabalhou na Folha assim como Pelegrini: “Não foi o Milanez quem saiu contando pra todo mundo sobre o episódio. Foi a própria Dercy. Toda história começou com uma entrevista na revista Playboy, quando perguntaram sobre a vida sexual da Dercy e ela respondeu que fazia mais de 20 anos que não dava uma trepada, quando foi estuprada em Londrina por um empresário brutamontes, que era meio dono da cidade. Ela deu detalhes daquele jeito escrachado, do tipo, `eu era virgem de novo e o sujeito foi entrando com tudo, ficou aquela sanguera danada´. O sujeito era o Milanez. Quando a gente pegou a revista, foi aquele rebuliço. E como o `estupro´ repercutiu, toda vez que tinha oportunidade de falar sobre sexo ela ilustrava com o `caso de Londrina´. No começo, Milanez ficou desconcertado. O pessoal da Folha, até por respeito, tinha certo pudor de tocar no assunto. Eu fui um dos primeiros a perguntar, em tom descontraído: `E como é esta história mesmo, patrão?´. Todo mundo o chamava de patrão na Folha. No começo ele tentava enrolar, depois contava uma história. E vendo que aquilo não ia acabar, ele se acostumou com a ideia de dar explicações bem humoradas. A história é hilariante como muitas coisas envolvendo tanto o Milanez, que era um sujeito muito engraçado e simplório, quanto a Dercy, que era o escracho em pessoa”.

Quem papou quem? Dando-se o inquérito e os amantes por findos, chega-se à dedução que o “Estupro da Dercy Gonçalves” daria uma outra minissérie campeã de audiência.

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