Que fim levaram?

A descoberta do paradeiro de Osama Bin Laden provocou na imprensa uma inusitada caça aos tesouros que sumiram do mapa. Entre eles Muammar Kadafi, que se não está desaparecido parece que esqueceram do ditador lá nos cafundós da Líbia. Quem não sabe o que procura, não vê o que encontra. E como agora o Obama provou que quem procura acha, para início das buscas onde está Ulysses Guimarães?

Conforme o próprio Carlos Heitor Cony não cansa de perguntar em suas crônicas, que fim levou Dana de Tefé, a milionária tcheca provavelmente assassinada no Rio nos anos 1960 e cujo corpo nunca foi encontrado? Eliza Samudio, a namorada do goleiro Bruno, será ela a Dana de Tefé deste milênio? No que se transformou a Taça Jules Rimet, o troféu do nosso tricampeonato mundial de futebol que foi levada por marginais que invadiram a sede da CBF, no Rio, em 1983? Carlinhos, o menino sequestrado no Rio, em 1973, nunca mais será encontrado?

Segundo os analistas políticos, o DEM deve desaparecer em breve, mas onde estão os ocultos que nos fazem falta? Como por exemplo a Oposição ao governo Dilma, que de tão raquítica parece que sumiu. Por onde andará um tal de Pedro Novais, o ministro do Turismo que parece turista no governo? E cadê o compositor João Gilberto, que sumiu junto com Geraldo Vandré, do Belchior e da Gal Costa? Cadê você, João Lopes, o nosso Bicho do Paraná? Tomaram chá de sumiço com o Milton Nascimento?   

Procura-se pela ética, que escafedeu-se até do próprio Conselho de Ética do Senado; e a procura da honestidade, cantava Noel Rosa: “O povo já pergunta com maldade, onde está a honestidade, onde está a honestidade?”

Aqui no Paraná, além dos desaparecidos da Assembleia Legislativa, sabe-se que a sala de troféus do Atlético Paranaense se transformou num seguro esconderijo e, no Tribunal de Contas, a sala destinada ao primeiro irmão Maurício Requião foi reservada para brincadeiras de esconde-esconde.

“Ai, ai de Curitiba, o seu lugar não será achado daqui a uma hora”. Em busca da Curitiba perdida, perguntamos a Dalton Jérson Trevisan: que fim levou a cidade, Jérson?

Nesta Curitiba dos shoppings e dos automóveis, qualquer semelhança com a anterior é mera coincidência. Agora os viados são gays, as mulheres não usam calcinhas, mas sim panties; os homens não utilizam cuecas, mas sim slips. Os universitários não estudam, fazem masters e nunca conseguem estacionar, porém sempre encontram um parking. O mercado é o marketing; o auto-serviço é self-service e o representante, o manager. Os importantes são vips, o radinho de pilha é walkman, os postos de venda são stands, os executivos, yuppies e as babás são baby-sitters.

Que fim levaram as palavras, Jérson?